Instabilidade política de Mariana refletida na Câmara Municipal
Publicada 21 de Maio de 2010 - 18:10
Ânimos exaltados, interrupções constantes e incontáveis divergências entre as próprias edilidades e destas com alguns presentes foram os pontos-chave da Reunião da Câmara Municipal realizada na última segunda-feira (17), marcada pela instabilidade política vivida pela cidade nos últimos dias.
Sem a presença do Presidente da Câmara Municipal de Mariana , Raimundo Horta (PMDB), a reunião foi presidida pelo vereador Edson Agostinho (Leitão) (PTN). O vereador Geraldo Sales (Bambu) (PDT) colocou em pauta diversas obras aprovadas pela Câmara que ainda não foram executadas ou concluídas, como a Policlínica do Rosário, o campo de futebol do bairro Cabanas, Passarela de Passagem de Mariana, além de outros projetos nas localidades de Barroca, Padre Viegas, Bandeirantes, Monsenhor Horta, entre outros. De acordo com Bambu, a Câmara Municipal precisa cumprir seu papel que é “acompanhar e fiscalizar as obras do Executivo e fazer com que elas sejam cumpridas”.
Os ânimos se exaltaram, então, quando ao discutir o Projeto de Lei que retira o auxílio de 10% do orçamento para a utilização do Poder Executivo em benefício do município sem necessidade de aprovação prévia da Câmara Municipal, os vereadores Fernando Sampaio (PRB) e Bambu discordaram das opiniões de Juliano Duarte (PPS) e José Jarbas Ramos (Nego) (PTB), que não concordam com a retirada do auxílio.
Vozes alteradas também com as constantes interrupções do Guarda Municipal Liu Marmita. Aos gritos, ele defendeu a ação da Guarda Municipal na última segunda-feira, ao montar guarda em frente à Prefeitura Municipal, fechada durante o dia. Bambu afirmou ser “inadmissível a população bater à porta da Prefeitura” ao mostrar uma apresentação de fotos de pessoas solicitando os serviços do Município sem serem atendidos. Reginaldo (PR) e Aída Anacleto (PT) questionaram a ação da Guarda, antes utilizada na segurança das escolas municipais. Liu revidou mais uma vez, dizendo que, quando Aída precisou da Guarda, foi atendida.
Em clima extremamente tenso, Bambu solicitou ao Presidente da Reunião que desse voz de prisão a quem estivesse atrapalhando a sessão. Fernando Sampaio denunciou a utilização de um carro da Prefeitura, de placa 1057, guiado por um guarda municipal na sexta-feira (14), na comemoração da permanência de Terezinha Ramos à frente do Executivo. Uma bandeira verde – cor da campanha de Terezinha – estaria sendo alçada sobre o veículo. Novamente a reunião foi interrompida e muitos murmúrios foram constatados fora do plenário.
Os edis questionaram, ainda, a perda da oportunidade de utilizar os recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), destinados às cidades históricas. Segundo as edilidades, o município de Mariana deixou de receber cerca de 28 milhões de reais em investimentos do Governo Federal. Essa decisão teria sido tomada pelo Executivo sem consulta ou conhecimento nem da população nem do Poder Legislativo. Foram nomeados para apurar o caso os vereadores Marcelo Macedo (PSDB), Bruno Mól (PSDB), Geraldo Sales (PDT) e José Jarbas Ramos (PTB). Ao ouvir os questionamentos de Aída Anacleto, José Jarbas Ramos disse que “isso era coisa do PT”.
Durante a reunião, alguns vereadores abandonaram o plenário para conversar com os exaltados cidadãos presentes. As discussões e interrupções se mantiveram até o final.