Jackson Machado Pinto, secretário de saúde de Belo Horizonte, revelou em entrevista hoje(29), que a média dos pacientes ocupantes de leitos na capital mineira por conta da Covid-19, atualmente, é de 43 anos. "A nossa média de idade de pessoas internadas com Covid caiu para 43 anos. Ao invés de ficarem internadas 13 dias, em média, estão ficando 20 dias. Isso também explica um pouco o aumento da demanda por leitos de UTI, que ficam 'represados'", lamentou.
Machado explicou que a expectativa é que isso já estivesse ocorrendo, mas que a chegada de novas cepas, ainda desconhecidas, fez com que o número de mortes e casos pela doença aumentasse em BH. "Nenhum de nós contávamos com o aparecimento de cepas mais agressivas do vírus, como é o caso dessa P1, que está circulando em BH e no país, que não só tem maior facilidade de transmissão, mas também acomete pessoas mais jovens e produz quadros clínicos mais graves. É muito difícil falar neste momento em uma volta ao normal", declarou.
O secretário de Saúde considerou que houve uma falta de preparação adequada para que novas variantes não surgissem, inclusive por parte da população, que, muitas vezes, burlou o isolamento social e não usou máscaras de maneira adequada. "Eu não tenho a menor dúvida (que não fizemos o dever de casa). Quanto mais um vírus circula, maior a chance de ele sofrer mutações. Certamente o coronavírus sofreu milhares de mutações. E algumas foram cepas bem-sucedidas, como a P1 e a P2. Isso, obviamente, resultou a partir de uma circulação maior do vírus. Significa que se estivéssemos mais isolados, nos aglomerado menos, viajado menos nas férias, ou não tivéssemos festas clandestinas e aglomerações familiares não estaríamos vivendo o que estamos vivendo. Não adianta olhar para trás. O que aconteceu, aconteceu, temos de olhar para frente", disse.
Machado também pediu mais conscientização e adesão da população às medidas de fechamento da cidade. "Vamos nos vacinar, na medida do possível, seguindo o PNI e o protocolo, fazendo as alterações que forem necessárias, e precisamos também nos conscientizar - o feriado da Páscoa está chegando, é importante que fiquemos isolados. Estamos à beira de um colapso, está se anunciando, tem gente que acha que já chegamos. É importante evitar o agravamento dessa situação. Vamos ficar em casa, usar máscara, higiene das mãos, etc. Queria fazer um apelo às pessoas que estão trabalhando em escritório que procurem trabalhar de maneira remota. Nós sabemos que a pessoa precisa ter um contato de pelo menos 15 minutos e com proximidade maior para se infectar. As pessoas precisam se conscientizar que a hora é de fazer um sacrifício maior ainda; até que a vacinação seja completada, é a única solução", finaliza.