A pandemia vem se alastrando mais rapidamente, segundo a Fiocruz, o colapso na saúde no Brasil tem participação direta em números expressivos de mortes diárias. O boletim extraordinário do Observatório Covid-19 da Fiocruz divulgado na última terça-feira, 23. Diante do cenário de “crise humanitária”, o novo trabalho divulgado pela instituição pede que os Estados adotem imediatamente medidas de lockdown por pelo menos 14 dias. Segundo a instituição, essa seria a forma de reduzir o ritmo de transmissão da doença e aliviar a pressão nos hospitais.
De acordo com o boletim, ocorreram, em média, 73 mil casos diários de Covid-19 e cerca de 2 mil óbitos por dia na última semana epidemiológica analisada (de 14 a 20 de março). Além disso, o número de casos cresce a uma taxa de 0,3% ao dia, e o número de óbitos, em 3,2% ao dia – proporção maior do que o registrado nas semanas anteriores. Também foi observado aumento da mortalidade no País. Passou de cerca de 2% no fim do ano passado para 3,1% em março de 2021.
“A continuidade dos cenários em que temos o crescimento de todos os indicadores para Covid-19, como transmissão, casos, óbitos e taxas de ocupação de leitos de UTI resulta em colapso que afeta todo o sistema de saúde no País e no aumento das mortes por desassistência”, afirmaram os pesquisadores no relatório. “Trata-se de um cenário que não é só de uma crise sanitária, mas também humanitária, se considerarmos todos os seus aspectos.”
A Fiocruz recomenda a restrição imediata das atividades consideradas não essenciais por cerca de 14 dias para obter uma redução de cerca de 40% das transmissões da doença. Essas medidas devem ser adotadas por todos os Estados onde o sistema de saúde se encontra em estado crítico. São todos à exceção de Roraima e Amazonas. “Este colapso não foi produzido em março de 2021, mas ao longo de vários meses, refletindo os modos de organização para o enfrentamento da pandemia no País, nos Estados e nos municípios.”