Um dos lugares mais agradáveis de Mariana, cercada por casarões do século XVIII, a Praça Gomes Freire, que leva o nome do médico e político Gomes Henrique Freire de Andrade, era utilizada antigamente para cavalhadas e touradas, festas religiosas e festas reais.
Hoje a praça é conhecida por ser o principal local de encontros de jovens e famílias nos finais de semana. O espaço frequentado por crianças e turistas na cidade de Mariana sempre contou com muito verde e espaço para laser.
No ano de 2020, o Jardim como é popularmente conhecido, passou por uma revitalização comandada pela Fundação Renova, que tinha como objetivo revitalizar em um contexto referente ao urbanismo e planejamento urbano. O processo se referia à reconversão de espaços urbanos abandonados, subutilizados ou degradados, mediante a recuperação de antigos (ou a criação de novos) usos e atributos urbanísticos ou naturais. Essa revitalização foi alvo de muitos questionamentos e polêmicas por parte dos moradores locais.
A obra foi entregue ao final do ano de 2020 e sobre as alterações realizadas no local, o Jornal Ponto final através de uma denúncia recebida em sua Redação questionou a Fundação Renova a respeito da retirada do chafariz do local.
O chafariz que ficava localizado à Praça Gomes Freire no lago com peixes, sempre foi uma atração para o município. Todo marianense tem uma lembrança do referido chafariz, e essas lembranças percorrem o mundo já que a cidade sempre foi muito bem frequentada por turistas do Brasil inteiro e também de vários países. Com a reforma da praça o chafariz deixou de fazer parte do local que permaneceu com o lago.
É importante pontuar que a cidade de Mariana tem o centro histórico tombado pelo Iphan desde 1945, e busca o reconhecimento da UNESCO para a cidade se tornar Patrimônio da Humanidade. Além disso, os moradores nascidos e criados na Primaz possuem uma relação afetiva de valorização com os pontos citados bem como as propriedades e acervo regional.
Dona Marina de 78 anos moradora do centro, explica sua decepção em saber quem o chafariz não faz mais parte do local “a gente acaba criando uma lembrança que se eterniza, meus filhos brincavam muito naquele laguinho, e antigamente até bebiam a água daquele local, muita criança fazia isso. Vieram os meus netos e sempre foi da mesma forma, eles brincavam como se fossem o quintal de casa e agora passando de carro vi que o chafariz não está mais lá, fiquei decepcionada”.
O vereador Gilberto Mateus Pereira, mais conhecido como Tikim Mateus, levou a questão ao legislativo em reunião ordinária da Câmara de Mariana, questionando inclusive o destino do chafariz.
Durante reunião de Câmara do dia 1º de março, a vereadora Sônia Azzi afirma que o chafariz foi esculpido em pedra sabão, por um artesão local e que havia doado ao município e após reforma do Jardim estaria jogada, e devido o abandono o artesão o pegou de volta e segundo ela, será remanejado na Igreja Nossa Senhora da Aparecida no distrito de Bandeirantes.
Procurada por nossa redação a Fundação Renova enviou a seguinte nota “A Fundação Renova esclarece que, segundo parecer do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o chafariz da praça Gomes Freire foi instalado sem a aprovação do órgão. Dessa forma, durante a elaboração do projeto de requalificação da praça, foi proposta a retirada do equipamento e substituição por jatos d’água, ação aprovada pela Prefeitura Municipal de Mariana e IPHAN. A Fundação informa que o chafariz se encontra sob cuidado do poder executivo municipal”.