O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que a Fundação Renova, criada para reparar os danos causados pelo rompimento da barragem em Mariana, não tem interesse em solucionar os problemas dos atingidos. A declaração foi dada na manhã do dia 5 de fevereiro. Zema disse que a Fundação consome todos os recursos e não os destina aos afetados.
O governador afirmou que todos os entes públicos estão mobilizados a partir de agora, entre eles o Ministério Público de Minas Gerais, o Tribunal de Justiça e Advocacia-Geral do Estado, para fazer algo em relação à atuação da fundação.
Em nota, a Fundação Renova disse que "permanece dedicada ao trabalho de reparação dos danos" provocados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana. Segundo a Renova, até dezembro de 2020, foram destinados mais de R$ 11 bilhões para as ações integradas de recuperação e compensação até o momento, não apenas os 4,5 bilhões que Zema disse na entrevista.
Zema também comentou o acordo feito entre o Estado e a Vale para reparação dos danos socioambientais e socioeconômicos causados pela empresa no rompimento em Brumadinho.
O governador deixou claro que esse acordo não interfere no processo de indenização dos atingidos. Ele disse ainda que, caso sejam constatados novos problemas relacionados à tragédia no futuro, a Vale também terá que reparar esses danos.
O acordo firmado entre o Estado e a mineradora estabeleceu quase R$ 38 bilhões em reparação, cerca de 33% a menos que o pedido inicial feito pelo governo de Minas. Segundo o governador, o dinheiro vai ficar em uma conta à parte e vai ser auditado por órgãos públicos.