Conforme divulgado pelo Ministério da Saúde e pelas Secretarias de Estado de Saúde da Paraíba e do Rio Grande do Norte, a Fundação Oswaldo Cruz confirmou o primeiro caso de reinfecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) do país. As amostras, coletadas de uma profissional da saúde residente em Natal e que trabalha em ambos os estados, foram analisadas pelo Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), que atua como Centro de Referência Nacional em vírus respiratórios junto ao Ministério da Saúde e como referência para a Organização Mundial da Saúde em Covid-19 nas Américas.
Este é considerado o primeiro caso confirmado de reinfecção do país, uma vez que todos os procedimentos adotados seguiram o protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde, de acordo com a Nota Técnica nº 52/2020-CGPNI/DEIDT/SVS/MS, que estabelece orientações preliminares sobre a conduta frente a um caso suspeito de reinfecção da Covid-19 no Brasil. Segundo o documento, é considerado caso suspeito de reinfecção o indivíduo com dois resultados positivos por meio da técnica de RT-PCR em tempo real para o vírus SARS-CoV-2, com intervalo igual ou superior a 90 dias entre os dois episódios de infecção respiratória, independentemente da condição clínica observada nos dois episódios.
As amostras, ambas com resultados positivos por RT-PCR em tempo real, metodologia indicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tinham intervalo de coleta superior a 100 dias. A primeira coleta foi realizada em 23 de junho e a segunda em 13 de outubro, após a paciente apresentar sintomas da doença. As amostras foram coletadas e analisadas pelo Laboratório de Vigilância Molecular Aplicada da Escola Técnica de Saúde da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em trabalho conjunto com o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) do estado. Segundo o Ministério da Saúde, no intervalo entre as duas amostras, foi realizada uma coleta em 8 de setembro, que apresentou resultado não detectável pela metodologia RT-PCR em tempo real, realizado no Instituto de Medicina Tropical (IMT) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A amostra não detectável não foi encaminhada ao Laboratório da Fiocruz.
Após requisição do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde do Rio Grande do Norte (CIEVS-RN) para confirmação do caso suspeito de reinfecção, as amostras foram encaminhadas pelo estado da Paraíba para análise no Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), conforme fluxo estabelecido pelo Ministério da Saúde.