As mulheres são submetidas a violências de diferentes tipos quando se candidatam ou são eleitas para cargos políticos – antes, durante e após o processo eleitoral. Para compreender essa realidade e reunir dados sobre ela, o Núcleo de Estudos e Pesquisa Sobre a Mulher (Nepem), sediado no Departamento de Ciência Política (DCP) da UFMG, lançou pesquisa cujo questionário pode ser respondido, de forma anônima, em cerca de 20 minutos.
Para auxiliar as mulheres a preencher o questionário, o Nepem está divulgando também uma cartilha que enumera as motivações possíveis da violência – identificação ideológica, raça, orientação sexual, religião, ativismo, entre outras – e os tipos de violência – física, psicológica, moral e sexual –, que se parecem com outras formas de violência de gênero. Segundo a publicação, o intuito das agressões é o de limitar ou mesmo impedir a participação da mulher na vida política e partidária. “As mulheres sofrem, ao mesmo tempo, várias violências que se comunicam e se reforçam”, ressalta o texto da cartilha.
Elaborada sob orientação da professora Marlise Matos, coordenadora do Nepem, a cartilha Violência política contra as mulheres lembra que os atos violentos podem ser deflagrados por disputa de poder ou pela ideia de que as mulheres devem se dedicar apenas à vida privada ou aos afazeres domésticos. O documento também estimula a denúncia em instâncias como os partidos políticos, o Tribunal Superior Eleitoral (e as cortes regionais), o Ministério Público, a Câmara dos Deputados e as delegacias especializadas no atendimento à mulher e em crimes cibernéticos.