As eleições 2020 chegaram ao fim na maioria das cidades brasileiras. Em Mariana, o resultado ainda depende de uma confirmação do TRE e TSE devido o candidato mais votado, Celso Cota, pelo MDB, está em processo de deferimento de registro até o momento.
Disputavam para as eleições da primaz de Minas seis candidatos: Bruno Mól (Republicanos) com 4.520 votos; Celso Cota (MDB) com 14.764 votos; Chico Veterinário (Rede) com 185 votos; Newton Godoy (Cidadania) com 11.168 votos; Patrícia Ramos (PSTU) com 1.847 votos e Roberto Rodrigues (PTB) com 2.168 votos.
Celso Cota, candidato mais bem votado com 42,61% dos votos, segue com seus votos e eleição anulados subjudice até o momento. Eleito pela quarta vez prefeito de Mariana, Cota levou seus eleitores às ruas para uma comemoração em frente ao seu comitê central localizado à avenida Nossa Senhora do Carmo.
O Jornal Ponto Final, foi atrás de informações técnicas para o esclarecimento da atual situação política da cidade, e em contato com o advogado Mateus Oliveira, afirma que ainda não há um vencedor para as eleições em Mariana, o que houve nas urnas ontem (15) foi a contabilidade do maior número de votos ao candidato “Celso não venceu as eleições. Apenas teve o maior número de votos. Como o registro de candidatura dele não foi deferido, os votos dados a ele, a princípio, são nulos. Chamados tecnicamente de ‘anulados subjudice’ (artigo 195 da resolução 23.611/2009). Com o julgamento do registro de candidatura no TRE poderá acontecer duas situações:
a) Se for provido em favor do Celso, ele assume a prefeitura, mesmo pendente de recurso ao TSE.
b) Se for desprovido (confirmada a decisão da Meritíssima Juíza da zona eleitoral de Mariana), assume o Presidente da Câmara, que deverá conduzir o município até o final do processo. E convocar novas eleições se o recurso for indeferido (mantida da impugnação) no TSE de maneira definitiva.
O processo agora entra em prioridade no TRE, significa que terá precedência a qualquer outro feito. Espera-se um julgamento célere. O processo ainda está em prazo de Contrarrazões aqui em Mariana. Deverá subir ao TRE no dia 17 de dezembro. Daí o Relator abre vista ao Ministério Público e depois do parecer julgados. Os processos são julgados por maioria, enquanto o tribunal não manifestar sobre o recurso do Celso o resultado da eleição é aquele que está no site do TSE. Ou seja, nenhum candidato a prefeito foi eleito em Mariana.” explicou Mateus.
O advogado também explica que independente do número de votos obtidos, quando há indeferimento do registro do candidato o certo é que se faça novas eleições “o STF declarou a constitucionalidade do disposto no parágrafo 3° do artigo 224 do código eleitoral, com repercussão geral reconhecida, firmando a tese de que haverá realização automática de novas eleições independentemente do número de votos anulados sempre que o candidato eleito no pleito majoritário for desclassificado por indeferimento do registro de candidatura em virtude de cassação do diploma ou do mandato” finalizou.
Para a advogada Flávia Camelo “Caso Celso Cota Neto tenha êxito em seu recurso, ou seja, tenha sua candidatura julgada deferida, os votos a ele dados serão computados tornando-o vencedor do pleito, podendo ser empossado como Prefeito de Mariana para o ano que vem. Caso o recurso não seja acolhido e transite em julgado a decisão, implicando na manutenção da sentença da juíza eleitoral pelo indeferimento do pedido de registro de candidatura de Celso Cota Neto ao cargo de Prefeito, os votos passarão a ser considerados anulados em caráter definitivo. Dessa forma, deverão ser realizadas novas eleições, de acordo com o artigo 224 do Código Eleitoral” afirmou Flávia.
Procurados por nossa redação Celso Cota não respondeu nossos questionamentos até o final do fechamento desta matéria.
Legislativo
A disputa para uma cadeira da Câmara teve sete vereadores reeleitos entre eles, eleito pela quarta vez, o vereador Juliano Duarte (Cidadania) teve 1.460 votos obtendo o maior número de votos seguido do também veterano, Ronaldo Bento (PSB) com 1.360 votos em seu segundo mandato. O legislativo teve 50% de renovação em suas cadeiras, elegendo oito novos nomes.
Sônia Azzi (DEM), com 540 votos, foi a única mulher eleita a vereadora da Câmara que teve como destaque dois concorrentes atípicos e vencedores, pai e filho disputaram e se elegeram a uma cadeira do legislativo. Zezinho Salete (766 votos) e Pedrinho Salete (645 votos). Para Pedrinho Salete eleito pelo CIDADANIA, dividir a cadeira com pai é inusitado “meu trabalho será sempre pautado voltado para o bem comum da população, eu acho que isso é inédito, pai e filho no legislativo. Nós dois não somos inimigos ao contrário do que o povo pensa, eu amo demais meu pai e sei o quanto ele me ama. Colocamos nosso nome a disposição da população e o povo decidiu agora é trabalhar para fazer jus ao que nos foi confiado. Foi com a graça de Deus, o apoio incondicional da família e dos meus amigos, que hoje digo com orgulho que estou eleito. A minha vitória chegou e tudo que eu pedia em período eleitoral era uma oportunidade para renovação. Não poderia deixar de citar meu sogro, Pedro do 'Eldorado', no qual foi de extrema importância para minha eleição, pois ele abriu mão de vir candidato para me apoiar, agradecer minha esposa pelo apoio e dedicação. Meu compromisso é com todos vocês, vamos juntos fazer um mandato coletivo. A voz do povo é a voz de Deus. Muito obrigado 645 vezes” agradeceu Pedrinho.
Os vereadores eleitos serão diplomados até o dia 18 de dezembro onde ocorrerá uma cerimônia de diplomação com entrega dos mesmos, feito pela Justiça Eleitoral. Logo após, a Câmara realizará a sessão de posse dos eleitos no dia 1º de janeiro de 2021.
Confira na imagem, lista completa dos nomes eleitos à Câmara de Mariana.