As barragens mineiras passarão a ter um acompanhamento mais constante do governo do Estado por meio do Centro de Geotecnologias e Monitoramento Ambiental Territorial (CGMat). O espaço, inaugurado no último dia 3 pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), contará com um painel de monitoramento, que vai reunir as informações sobre cada uma das estruturas existentes em Minas Gerais. O painel traz definições de quais medidas a serem tomadas para mitigar os danos em caso de rompimento das barragens.
Atualmente, Minas Gerais tem 670 barragens, sendo 417 delas de mineração e 253 de indústrias. Dessas, 38 estão em nível de alerta no momento. Cada vez que uma empresa ou representantes das Defesas Civis Estadual ou Municipais notarem mudanças nas estruturas, os representantes da Feam serão imediatamente alertados. Os dados serão então atualizados no painel para que fiquem a disposição das autoridades e da população.
Uma “carta na manga” para o Estado direcionar as ações, como explica o presidente da Feam, Renato Brandão. “Na prática, temos de forma clara para toda a população a situação das barragens. Além disso, quando uma barragem entra em nível de alerta, eu peço informações sobre aquela região. A partir daí, eu posso tomar ações de forma mais consistente. As informações também serão úteis para a Defesa Civil tomar atitudes em caso de rompimento”, afirma Brandão. Até então, o agrupamento desses dados ficava nas mãos exclusivamente da empresa responsável pelas barragens.
A estrutura foi montada desde o final do ano passado e, antes mesmo do lançamento, ocorrido nesta semana, ela já havia sido útil em casos reais. Um deles foi no final de março deste ano, quando houve o rompimento de uma barragem de água em Novo Cruzeiro, no Vale do Jequitinhonha. No acidente, quatro casas foram danificadas e uma destruída, deixando 13 pessoas desalojadas e uma desabrigada. Como não existiam estudos prévios que indicassem possíveis impactos de uma tragédia com a estrutura, os dados foram replicados na estrutura do centro e, de forma computadorizada, foi possível avaliar os danos ambientais causados.