A compra de materiais e equipamentos médicos com o preço muito acima ao praticado no mercado levantou a suspeita da Polícia Federal para uma possível organização criminosa em Minas Gerais. Uma operação deflagrada na manhã da última quarta-feira (21) apreendeu algumas evidências que apontam para o crime de peculato, que é quando funcionários públicos desviam dinheiro ou bens para uso próprio.
A operação denominada Guaxinim identificou que, ao longo de todo o período em que a organização criminosa fraudou as compras dos insumos, teve-se um lucro maior do que R$ 700 mil. Apesar de não revelar os envolvidos no esquema, a PF afirmou que as investigações identificaram que uma única fornecedora de máscaras cirúrgicas descartáveis e álcool etílico hidratado, indicados no combate à Covid-19, foi contratada em caráter emergencial e com pagamento antecipado para fornecer os produtos com valores até 73% acima da média do mercado.
Além de Minas Gerais, os mandados também foram cumpridos no Rio de Janeiro e em Paty do Alferes (RJ). A suspeita é que a quadrilha fornecia produtos para prefeituras dos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Ainda de acordo com a PF, os envolvidos poderão responder por peculato e, se condenados, terem penas de até 12 anos de reclusão, além de multa. O caso está em andamento na 2ª Vara Federal Cível e Criminal de Juiz de Fora.