Na quinta-feira (10) o empresário Antônio Azevedo dos Santos, de 51 anos, iria a júri acusado de matar o marianense Guilherme Elias Veisac, de 32 anos, em 2016. O julgamento acabou sendo adiado, para o dia 17 de novembro, já que o advogado de Antônio, Ércio Quaresma, se recusou a usar máscara durante a sessão.
Antônio é acusado de matar Guilherme no apartamento da ex-mulher, que à época namorava o marianense. Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o juiz Leonardo Vieira Rocha Damasceno optou por adiar a sessão porque Quaresma se recusava a "seguir as normas de segurança da Prefeitura de Belo Horizonte e do plano de retomada instituído no TJMG, regulamentado em portaria". Ércio chegou ao tribunal utilizando a máscara, mas se recusou a usar durante a sua fala, sob a prerrogativa de que não iria conseguir falar por uma hora e meia com o acessório.
Após quatro anos do ocorrido, a família de Guilherme vê no adiamento motivo de mais tristeza e frustração. "Nós queríamos que a decisão saísse hoje. Foi uma infelicidade isso que aconteceu e ainda mais pelo motivo, que foi o advogado não querer usar máscara. Nós ficamos com a expectativa frustrada com esses fatos. A mãe dele mora em Mariana e toda vez para vir para Belo Horizonte é um desgaste enorme, acorda 5h da manhã. Queremos Justiça e torcemos para que isso termine logo, já foram muitos adiamentos" afirmou Haroldo Magalhães Elias, tio da vítima, a reportagem do jornal O Tempo.
O caso
No dia 18 de setembro de 2016 o empresário, insatisfeito com o fim do relacionamento com a ex-mulher, a vigiava por meio das câmeras do prédio onde morava. Como já havia exercido o cargo de síndico, Antônio tinha acesso ao sistema.
Através das imagens, o acusado viu a mulher acompanhada de Guilherme e decidiu ir ao local. Antônio teria cortado a tela de proteção e desligado o sistema de segurança, quando entrou no apartamento acabou confrontando o casal. Segundo o processo que corre na justiça, o empresário teria ameaçado a ex-mulher e, ao tentar defendê-la, Guilherme foi atingido com um tiro no peito e veio a óbito.
O acontecido causou comoção na cidade de Mariana, aconteceram protestos pedindo justiça pela morte de Guilherme. Antônio ficou foragido até o dia 16 de agosto de 2017, quando foi encontrado e preso. O homem aguarda o julgamento na prisão.