Na segunda-feira (27) ocorreu uma Live nas redes sociais do Ponto Final para falar sobre violência doméstica na cidade de Mariana. A transmissão contou com a participação do delegado da Polícia Civil de Mariana, Cristiano Castelucci e da guarda municipal Raquel Souza.
Raquel começou a Live enfatizando as novas medidas que serão implantadas em Mariana para o combate e prevenção à violência contra a mulher. O primeiro deles se chama “Patrulha Maria da Penha”, segundo Raquel o projeto visa o fortalecimento da rede de atendimento às vítimas de violência doméstica. “O projeto conta com a participação da Guarda Municipal no trabalho preventivo, onde as viaturas da GM, com o símbolo característico do projeto, farão patrulhamento próximo às residências das vítimas e com atendimento direto as ocorrências de violência doméstica” ressalta. Rodas de conversa também serão realizadas com o intuito de sensibilizar fortalecer as vítimas, onde além da GM, estarão presentes a Polícia Civil e membros do Centro de Referência Especializado da Assistência Social de Mariana (CREAS).
A equipe do Patrulhamento Maria da Penha será constituída majoritariamente por mulheres. O objetivo é fazer com que a vítima se sinta mais a vontade em falar sobre a situação por estar na presença de outra mulher.
Será implementado também o “Botão do Pânico”. Raquel conta que o dispositivo já é usado em outras cidades mineiras, mas em Mariana será a primeira vez. A guarda explica que o botão é analogico, portanto não necessita de internet ou qualquer outro dispositivo e que quando acionado, uma viatura da GM será direcionada ao local. Além de um pedido de ajuda para vítima que se sentir ameaçada, o dispositivo também servirá para subsidiar provas contra o agressor, uma vez que o botão também funciona como gravador de áudio após ser acionado.
Questionada se os projetos já estão em funcionamento no município, Raquel afirma que não, mas que está em fase de implementação. Segundo ela, é preciso que os guardas municipais passem por treinamento, “antes de atender as vítimas, a gente precisa conhecer a dimensão desse problema social”. O treinamento está sendo feito em conjunto com a Guarda Municipal de Belo Horizonte e posteriormente com a Polícia Civil e o CRAS.
Sobre a pandemia e o aumento no número de casos de violência doméstica em escala nacional, o delegado Cristiano ressaltou que por mais que alguns números não tenham aumentado de imediato, isso não significa que a violência diminuiu. “A gente sabe que durante a pandemia as mulheres estão em situação de confinamento e pode ser que devido a essa vigilância constante do agressor ela não tenha como sair de sua casa e ir até a delegacia” afirmou.
O delegado ressaltou também que a violência física não é o único tipo de violência. A lei Maria da Penha abrange cinco tipos de violência, são: física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. Segundo o delegado, é importante sempre estar atento ao comportamento do companheiro, uma vez que o mesmo pode não agredir a vítima fisicamente, mas praticar os outros tipos sem que ela perceba. Ofensas, pressão e tentativas de diminuir a mulher são muito comuns nos quadros que passam despercebidos.
Para buscar a ajuda em Mariana a vítima pode ligar nos números do 190 e 153, que são da Polícia MIlitar e Guarda Municipal. Caso tenha acesso a um dispositivo smartphone, a vítima pode baixar o App MG Mulher. O aplicativo conta com informativos e meios de auxiliar as mulheres a denunciar os crimes.