O Jornal Ponto Final convidou o delegado da Polícia Civil de Mariana, Cristiano Castelucci e a guarda municipal Raquel Souza para falar sobre violência doméstica na cidade de Mariana. O encontro ocorreu na segunda-feira (26) e foi transmitido nas redes sociais do jornal. Aproveitando a presença dos agentes de segurança, a questão das ocupações irregulares foi abordado.
Ao final da Live, o diretor Rômulo Passos trouxe o assunto das ocupações. Muito frequentes no município, as ocupações irregulares vem tomando proporções ainda maiores neste ano eleitoral. Questionado sobre o problema, o delegado Cristiano ressaltou que os órgãos de segurança estão integrados para combater as ocupações, mas a falta de uma política pública de moradia em Mariana e o mercado lucrativo que a grilagem de terras vem se tornando na cidade agravam ainda mais a situação.
Sobre as pessoas que incentivam as ocupações, vendem lotes e estão fornecendo materiais para construção das casas, o delegado afirmou que procedimentos já foram instaurados e que essas pessoas já estão sendo identificadas e investigadas. A maior dificuldade, segundo Cristiano, é conseguir provas contra os envolvidos. O delegado conta que os responsáveis pelos loteamentos ilegais fazem contratos de “gaveta” e ludibriam pessoas de bem que acabam gastando o dinheiro “de toda uma vida” para adquirir os lotes na esperança de ter um lugar para morar.
Dando como exemplo, o delegado relatou sobre uma prisão que ocorreu em uma das invasões. Um homem foi autuado e posteriormente a ação, três advogados foram até a ocorrência em defesa do acusado, “o cara não tem condição de nada, como ele tem três advogados?” ressaltou. Cristiano voltou a afirmar que é comum nas ocupações que as pessoas citem nomes de vereadores como apoiadores da prática ilegal.
O delegado da Polícia Civil voltou a cobrar um posicionamento do legislativo marianense. “Nós temos um vereador que é muito atuante nessa área, o Juliano. Já fez quatro reuniões falando de diversos pontos sobre invasão, mas com a presença de um único vereador. Cadê os outros? São 15 vereadores, por que não participam? Eu não entendo isso. Não consigo entender” afirmou o delegado que ainda ressaltou “Eu não faço política, eu faço trabalho de polícia! Nada contra política, desde que não interfira no meu serviço, porque se interferir nós vamos ter problema, e problema sério”.
Para denunciar ocupações basta entrar em contato com a Polícia Civil no número 181, com a Polícia Militar no 190 ou com a Guarda Municipal no 153.