O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) determinou na semana passada que os municípios mineiros que não aderiram ao plano “Minas Consciente”, do governo do estado, deveriam fechar todos os comércios não essenciais. O TJMG sustenta a decisão alegando o grande número de casos e óbitos no estado decorrentes do novo coronavírus.
Na tarde desta terça-feira (21) comerciantes foram às ruas protestar contra a decisão e reivindicar que seus comércios permaneçam abertos. Aos gritos de “não vamos parar, queremos trabalhar” e com faixas “meu comércio também é essencial”, os protestantes foram da Praça da Sé até a porta do Fórum, onde permaneceram pedindo que a justiça marianense tome providências.
Presente na manifestação, o diretor comercial da Associação Comercial de Mariana (ACIAM), Amarildo Pereira cedeu entrevista ao Ponto Final. Em sua fala, Amarildo ressaltou as reivindicações dos comerciantes e empresários da cidade e que a manifestação mostrou a união da categoria. Em conversa com o vice-prefeito de Mariana, Newton Godoy, o mesmo disse ao Jornal que a luta pela reabertura do comércio será feita em conjunto com o poder público, “que a nossa luta, no sentido de preservar o comércio e restabelecer a abertura comércio e de voltar a normalidade, será diariamente em conjunto com eles”.
Em discurso na frente do SINE de Mariana, Cristiana Carneiro, proprietária de um salão de beleza, afirmou que a classe empresarial estava ali para conseguir arcar com os compromissos. Segundo ela, os auxílios do governo terminaram esse mês e os impostos continuam chegando, “todos estamos devendo a Prefeitura” ressaltou. Falando para os manifestantes, Antonio Carlos, proprietário da Paulista Cel, disse que os comerciantes querem respeito, “nós não podemos ser desvalorizados, esse movimento não pode acabar. Ele tem que ser hoje, tem que ser amanhã, tem que ser todos os dias!”, “nós temos que ser respeitados!” afirmou.
Em Live na semana passada, o prefeito Duarte Júnior disse lamentar que Mariana seja obrigada a obedecer a decisão e que entrará com um pedido na justiça para que o plano de retomada das atividades do município continue vigorando em Mariana. Segundo o chefe do executivo, a estratégia arquitetada pelo seu governo está muito a frente da proposta do estado e que não é justo fechar os pequenos comércios e manter os “grandes” abertos.