Na noite de segunda-feira (13) o prefeito Duarte Júnior fez uma coletiva de imprensa para falar sobre a “Ação Mariana”. A ação tramita na Inglaterra e busca uma indenização aos municípios mineiros e capixabas no valor de 1 bilhão de 200 milhões de reais. Duarte irá ao Reino Unido na terça-feira (14) para cumprir o isolamento de 14 dias e participar dos dois dias de julgamento.
A “Ação Mariana”, como foi denominada, é um pedido de indenização por parte dos municípios atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão ocorrido em novembro e 2015. O prefeito de Mariana, Duarte Júnior, irá viajar à Inglaterra para representar o município. A ação busca aprovação da justiça para que sua jurisdição seja aceita no país e o processo possa ser julgado pela corte inglesa. Duarte terá que ficar 14 dias em isolamento para participar dos dois dias de audiência.
Enquanto estiver fora, o vice-prefeito Newton Godoy assumirá o cargo interino de prefeito e dará continuidade aos trabalhos de Duarte. O vice, que é também pré-candidato às eleições deste ano, afirmou que assume as responsabilidades, mas que o Duarte está indo ao exterior como prefeito e representante do município.
Durante a coletiva o prefeito ressaltou o que ele chama de “desrespeito” por parte das mineradoras com o município de Mariana. Segundo ele, “muito pouco foi feito” até hoje por parte da Fundação Renova e que a propaganda feita pela instituição, quanto ao que foi gasto e aos trabalhos em Mariana, não condiz com a realidade. Dú, como é comumente chamado, afirmou também que é “inadmissível” que o município de Brumadinho venha sendo pago pelas mineradoras de forma correta enquanto Mariana não recebe o mesmo tratamento.
Sobre o que espera dos resultados em sua ida a Inglaterra, o prefeito se diz muito confiante e com a “expectativa lá em cima”. Segundo o chefe do executivo, as chances são grandes da jurisdição ser aceita no país europeu. Ressaltou ainda que, caso a jurisdição seja aceita, existe a possibilidade de que um acordo seja proposto pelas partes, o que pode encurtar o caminho para que Mariana receba os valores. Caso não haja acordo, a ação poderá ser julgada em até três anos.
Fechamento do comércio
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) determinou que os municípios mineiros que não aderiram ao plano “Minas Consciente”, do governo do estado, deverão fechar todos os comércios e manter apenas os essenciais. Medida foi tomada tendo em vista o grande número de casos e óbitos no estado.
Sobre a determinação, o prefeito diz lamentar que Mariana seja obrigada a obedecer a decisão e que entrará com um pedido na justiça para que o plano de retomada das atividades do município continue vigorando em Mariana. O prefeito acredita que a estratégia arquitetada pelo executivo está muito a frente da proposta do estado e que não é “justo” fechar os pequenos comércios e manter os “grandes” abertos, como as agências bancárias.
A Secretaria de Saúde de Mariana soltará uma nota técnica nesta terça-feira (14) listando quais comércios deverão fechar e como serão as novas orientações quanto aos serviços que permanecerão abertos.