Tendo em vista as dificuldades enfrentadas pelos comerciantes da cidade de Mariana em detrimento da pandemia do novo coronavírus, o Jornal Ponto Final conversou com uma empreendedora da cidade para saber mais sobre as dificuldades enfrentadas pelos comerciantes.
Em contato com Denise Consoli, proprietária da loja Armário de Madame, questionamos quais são as dificuldades em se adaptar as medidas restritivas e ao tempo em que o estabelecimento foi obrigado a fechar. Denise conta que o seu ramo é o de confecção de acessórios infantis e que festas e datas festivas são as suas principais demandas. Com a pandemia, festividades como as das festas juninas ficaram apagadas e Denise viu um dos seus melhores meses de faturamento simplesmente desaparecer.
Denise relata que as contas como aluguel e impostos continuaram chegando e ela se viu obrigada a dispensar a sua única colaboradora na loja. Ainda sobre ter que dispensar a sua funcionária, a empreendedora lamentou a ideia criada de que os empresários são vilões ao quererem abrir seus negócios, “infelizmente tive que dispensar minha ajudante, e acredite, foi a parte mais difícil. As pessoas criaram algo como patrão contra funcionário, empresário contra o resto da cidade, e nenhum comerciante ficou satisfeito em dispensar seus funcionários. Eu mesma já ia contratar mais uma pessoa, mas é como se eu tivesse voltando a estaca zero, quando comecei a trabalhar. Infelizmente o comerciante ficou como o vilão de tudo isso” ressaltou.
Sobre o retorno do comércio, Denise conta que estava mantendo as contas básicas, nos últimos três meses que a loja estava fechada, com a venda de máscaras em conjunto com o seu marido que fazia as entregas por delivery. Agora com a reabertura, no final do mês de junho e através do plano de ação, a empresária afirma que nenhum cliente entra na loja e que alguns pedidos de máscaras e laços infantis vem ajudando a manter as contas em dia.
Perguntada se o retorno da forma como está acontecendo é o ideal, Denise afirma que todos devem colaborar e respeitar as medidas de prevenção, “Eu penso que os comerciantes já sacrificaram pela cidade e esse distanciamento seria para que as prefeituras adequassem os hospitais, médicos etc. E eles tiveram tempo pra isso. Então que é hora de voltar sim, com responsabilidade e medidas de segurança, porque todo comércio e essencial sim! A minha família depende hoje exclusivamente do meu negócio. Meu marido infelizmente com a pandemia não tem trabalhado como antes, o faturamento dele também é nulo.Tenho uma filha e precisamos comer, vestir, comprar remédio! Enfim, assim como eu, todo comerciante precisa se manter, e isso é uma cadeia. Uma loja fechada são muitos desempregados” enfatizou.
Sobre os impactos e o que ela espera para o pós-pandemia, Denise relata medo e espera que com a reabertura os impactos possam ser minimizados, “tenho muito medo do que ainda está por vir. O desemprego mata! Mata de fome, depressão, pânico. Então eu acredito que a grande maioria das lojas, restaurantes e bares vão se adequar sim a uma nova vida” afirma.