Na última segunda-feira (25) o vereador Deyvson Ribeiro foi filmado com uma arma em mãos durante reunião remota da Câmara Municipal de Mariana. Deyvson retirou a arma de dentro de uma mochila que estava ao seu lado, após alguns segundos, guardou a arma novamente. As reuniões da Câmara vem sendo realizadas de forma remota devido a pandemia do novo coronavírus.
Em suas redes sociais, o vereador publicou um vídeo lamentando o ocorrido. O edil afirmou que estava pegando a arma para limpar e que “infelizmente aconteceu essa fatalidade e pegou na câmera”. Na filmagem, Deyvson está no escritório da empresa Angel Fly, na qual ele é proprietário, ao lado do Tenente Thiago Mota, e afirma que o mesmo está verificando a documentação da arma. De acordo com o vereador, a arma “encontra-se totalmente regular”.
Porém, o vereador apresentou uma justificativa diferente ao Portal de Notícias G1. Conforme a notícia divulgada pelo G1, consta que o vereador disse ter retirado a arma para “anotar a numeração, pois ‘queria comprar outra’ e que ele mesmo chamou a Polícia Militar (PM) para verificar a documentação”.
O Jornal Ponto Final entrou em contato com a Polícia Militar de Mariana, na pessoa do Tenente Thiago Mota, e o mesmo disse que o vereador não chamou a Polícia Militar, e que os policiais que foram até o vereador para verificar se a arma estava regular, “não foi ele que veio até nós, nós que fomos até ele” ressaltou o Tenente.
A equipe do Ponto Final tentou contato com o vereador Deyvson Ribeiro, através do seu Whatsapp e email, e até o fechamento desta edição não obtivemos retorno.
Posição dos vereadores
O Jornal Ponto Final perguntou aos vereadores qual a posição diante do que aconteceu, confira os posicionamentos:
O vereador Tenente Freitas disse que “isso acontece, infelizmente” e que o vereador “errou sim, mas já teve a humildade de reconhecer que errou”, “houve um erro por parte do vereador, mas o mesmo já reconheceu” enfatizou.
Em resposta ao jornal, o vereador Gerson Cunha disse que prefere esperar o posicionamento do Presidente da Câmara, o edil Edson Agostinho, e do procurador da Câmara para se posicionar.
Juliano Duarte, vereador e atual secretário na Câmara Municipal, disse que cabe a procuradoria, junto ao presidente da Câmara, avaliar se houve quebra de decoro parlamentar. Segundo Juliano, se a procuradoria entender que houve a quebra, o presidente, Edson Agostinho, deve instaurar uma comissão para apuração dos fatos.
O restante dos vereadores que compõem a Câmara não comentaram o ocorrido.
Comissão de Ética
A Câmara Municipal de Mariana informou que, por meio do Ato Normativo nº 05/2020, instalou uma Comissão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar na quarta-feira, dia 27 de maio.
O presidente Edson Agostinho de Castro Carneiro (Cidadania) nomeou os vereadores Cristiano Silva Vilas Boas (PT), Gerson Teixeira da Cunha (PSD) e Ronaldo Alves Bento (PSB) para compor a comissão especial do Conselho de Ética do Legislativo. Os parlamentares têm o prazo de 45 dias para apresentar relatório sobre a conduta do vereador Deyvson Ribeiro (DEM) durante a 16ª Reunião Ordinária realizada pela Câmara Municipal na última segunda-feira, dia 25, por videoconferência.
O ato normativo entrou em vigor na data de sua publicação e os membros da comissão devem se organizar em presidente, relator e vogal para apreciar o ato com base nos dispositivos legais do Regimento Interno do Legislativo Marianense.