O secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, e o subsecretário de Vigilância em Saúde Dario Ramalho participaram de coletiva virtual na terça-feira (26), na Cidade Administrativa. Na ocasião repercutiram assuntos relacionados à evolução da covid-19 no estado.
Ao abordar o aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), Carlos Eduardo Amaral reforçou que há inúmeras hipóteses para o crescimento e o fato pode estar relacionado à maior sensibilidade em notificar casos de SRAG, à circulação de outros vírus sazonais e à circulação da covid-19 na população mundial.
“Essa elevação da SRAG não se traduz na elevação dos casos da covid-19, até o momento. O percentual de positividade da doença nas amostras de SRAG é muito baixo. As internações e os números de atestados de óbitos por causas respiratórias estão menores do que os registrados em 2019. Temos uma série de análises que, quando vistas de uma forma mais global, nos permite enxergar que a ascensão das notificações por SRAG não se traduz, nesse momento, em covid-19. Isso tudo é fruto do adiamento da curva da doença em Minas Gerais”, disse o secretário.
Critérios
Ao falar sobre os critérios utilizados para analisar o aumento das notificações de SRAG e a propagação do coronavírus, o subsecretário de Vigilância em Saúde Dario Ramalho destacou a importância do cruzamento de informações de diversos bancos de dados.
“Quando fazemos uma análise de vigilância, não adotamos apenas um critério, mas vários. Pelos dados de registros de óbitos em cartório em 2019, por exemplo, é possível observar que os casos por SRAG aumentaram do último ano para este. Mas, quando a análise inclui todas as causas de doenças respiratórias somadas, como pneumonia, influenza e até covid-19, o número cai, em comparação a 2020”, explica.
Subnotificação
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais destaca que não há subnotificação no estado relacionada a casos sintomáticos e suspeitos de covid-19 que procuram atendimento ambulatorial. Conforme protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde, e seguido por todos os estados, são testados todos os casos suspeitos de coronavírus. A subnotificação, como no mundo todo, pode ocorrer em pacientes assintomáticos que não procuram atendimento hospitalar.
Em 2020, houve redução de 8,53% de mortes em decorrência de doenças respiratórias em Minas Gerais. Segundo os dados do portal da transparência dos Cartórios de Registro Civil do país, de janeiro até a última sexta-feira (22/5), 40.537 óbitos foram registrados no estado. No mesmo período, em 2019, foram 44.318 mortes.
A plataforma considera como doenças respiratórias: covid-19, SRAG, pneumonia, insuficiência respiratória, septicemia, além de causas indeterminadas e demais óbitos. Todos esses casos são testados e verificados pela SES-MG, de acordo com o Governo do Estado, para certificar se estão relacionados à infecção por coronavírus ou não.