Li a entrevista dada por Terezinha Ramos a este semanário na edição de número 780 (Jornal Ponto Final, n°780 – 11 a 17 de fevereiro de 2011, página 5). Resolvi, diante dos fatos narrados e na condição de cidadão, expor dois pontos de vista sobre o qual a entrevista me fez refletir. O primeiro trata-se da condição “política” da entrevistada. Tratada por muitos como uma mulher sem preparo, conhecimento ou tato político, Terezinha Ramos saiu-se bem melhor que a encomenda. Com clareza, coerência, equilíbrio e uma firmeza ímpar, a prefeita afastada “sem qualquer julgamento ou condenação” expor todos os seus sentimentos e anseios sem margem para segundas ou terceiras interpretações. Bem diferente dos tradicionais, velhos ou não, políticos de nossa querida Mariana que veem a público esquivando-se de “tudo ou de todos” para que não ponham em risco seus futuros acordos ou conchavos, em nome do Poder pelo Poder. Espero que a lição de uma senhora “despreparada” para as atividades políticas tenha servido para os “preparadíssimos” políticos, velhacos e/ou picaretas de nossa Primaz. O segundo ponto é sobre o “embrólio político” que vivemos. Estamos no quinto prefeito desde 1° de janeiro de 2009 e até o presente momento o judiciário local pouco se manifestou ou se mexeu para resolver esse impasse. Fato concreto e inquestionável. Os motivos da crise “política e administrativa” que se arrastam até o presente momento, pelo menos na versão e voz do povo, são extremamente abrangentes e “viajam” por mundos quase inimagináveis. Variando entre uma “conspiração política arquitetada por grupos com interesses escusos” passando por uma “simples ou meras questões pessoais”. Não quero entrar no mérito de tais variações. Uma coisa é certa: quem mais vem sofrendo com tudo isso é a população que em sua grande maioria está desassistida e a margem de qualquer garantia dos seus direitos constitucionais. Fora isso, poucos sabem ou lembram, que todos os que entram ou saem da cadeira do Executivo, nesse período de interinidade e em nome do poder discricionário que passam a ter, contratam e demitem mais de trezentos (300) apadrinhados (denominados legalmente de “cargos de confiança”). Alguém já pensou no custo da sangria promovida sobre os cofres públicos com esse “entra e sai” de confiáveis? Nem tentem imaginar. Quem no futuro pagará essa “conta social”? Dinheiro jogado fora ou canalizado para determinadas torneiras de amigos ou empresas. Infelizmente não vejo qualquer luz no fim do túnel para esse embrólio legalmente criado e constituído, nem creio que alguém saiba aonde tudo isso irá parar. Caso alguém tenha essa luz que se manifeste. Dizem que a justiça “tarda, mas não falha”. Na opinião de um dos organizadores da ONG Transparência Brasil, em entrevista a uma emissora de TV em rede nacional, mas que no momento me falha a memória de seu nome, nossa justiça “não só tarda como também falha”. Diante de posições tão contraditórias, só nos resta esperar!Darcy Pereira de Carvalho - Funcionário Público e Sindicalista