Márcio Galvão apresenta proposta para Saúde em entrevista à Rádio Mariana Publicada 18 de Fevereiro de 2011 - 10:43
Com as entrevistas semanais toda sexta-feira na Rádio Mariana, a população pode acompanhar pontos positivos e negativos em nossa cidade em diversos quesitos. Confira abaixo os trechos mais importantes da entrevista que apresenta projetos para melhorarias na Secretaria de Saúde.
Rádio Mariana: Eu gostaria que você fizesse uma apresentação sobre a sua técnica e profissional.
Márcio Galvão: Eu sou médico formado há 30 anos pela UFMG; sou farmacêutico também, formado há 31 anos. Sou cardiologista e fiz também um Mestrado em Saúde Pública, justamente trabalhando a questão gerencial do Sistema de Saúde; depois fiz o Doutorado em Medicina Tropical; tenho Pós-Doutorado também na Universidade do Texas (dentro da área de doenças infecciosas) e tenho uma experiência administrativa, acho tanto na saúde quanto nos serviços públicos. Fui Diretor da Fundação Ezequiel Dias em Belo Horizonte no período de 1991 a 1993; e fui Diretor da Escola de Farmácia de Ouro Preto; fui Chefe de Gabinete da Universidade Federal de Ouro Preto duas vezes e, além disso, também fui Secretário de Saúde de Mariana em 1997; Secretário Municipal de Saúde de Ouro Preto em 2001, e agora estou retornando à pasta da Secretaria de Saúde em Mariana.
RM: Gostaria que o senhor dissesse aos nossos ouvintes: onde fica a Secretaria de Saúde, o horário de funcionamento. Quais as atribuições que se tomam dentro da Secretaria?
MG: A Secretaria de Municipal de Saúde funciona no prédio onde a população conhece como Previne, ali, inclusive, nós estamos mudando a placa, vamos chamar de Secretaria de Municipal de Saúde. O horário de funcionamento da Secretaria é de 07:00 da manhã às 18:00 horas, o secretário está lá o dia todo com sua equipe, naquele prédio hoje você tem alguns tipos de atendimentos como o que é o atendimento de saúde da mulher, a questão da nutrição. Mas é um prédio que tem uma vocação administrativa e vamos criar um Centro de Especialidades, onde vai abrigar todas as áreas médicas e de saúde, de modo que vai ter a saúde da mulher, os programas relacionados à nutrição, hipertensão e todos os outros nesse Centro de Especialidades. Aquele prédio da Wenceslau Braz vai assumir a sua vocação que é da área administrativa. Ali fazemos todo o controle da situação de saúde no município, o levantamento da nossa produção que vai gerar o recurso que a gente recebe via SUS e o recurso que vem da Prefeitura. Então todo o gerenciamento é feito ali e, também a questão dos pacientes que tem que ir para fora para fazer consultas, para marcar consultas em Belo Horizonte, tudo é feito ali, então essa parte gerencial é lá na Wenceslau Braz, antiga Previne, hoje Secretaria Municipal de Saúde de Mariana.
RM: Secretário, como é que o senhor encontrou a Secretaria? Digo em sua estrutura, corpo de pessoal, orçamento. Enfim, o que havia de bom e de ruim?
MG: A Secretaria Municipal de Saúde do jeito que eu encontrei tem vários pontos positivos, que ela tem uma estrutura física razoável. Nós temos muita reforma para fazer, mas a estrutura em termos dos imóveis da Secretaria de Saúde é razoável. Nós temos cerca de 600 funcionários, é um corpo de funcionários bastante grande e, o que eu sinto mais assim é a falta de coordenação. Então eu acho que a gente precisa organizar as ações em todos os setores, do ponto de vista inclusive da manutenção da hierarquia, nós temos a questão das chefia que tem que ser ouvidas e tem que ser respeitadas também dentro de cada setor. Então eu entendo o seguinte: que o pessoal que nós temos hoje é bom, a área física é muito boa, Mariana tem recursos; pra vocês terem uma ideia o nosso orçamento da Secretaria de Saúde esse ano é cerca de 27 milhões, agora gasta-se muito também dentro da Secretaria de Saúde a gente precisa tentar dimensionar algumas coisas, tem que racionalizar alguns gastos, até o gasto com medicamentos tem que ser bem feito, os procedimentos, pra que sobre dinheiro para investir na população. O dinheiro é bastante razoável, mas o gasto é muito alto. Resumindo isso que você me perguntou: nós precisamos adequar esse orçamento pra atender às necessidades da população. Às vezes muita coisa estava sendo gasta de maneira indevida, e também administrativamente nós precisamos organizar melhor a Secretaria de Saúde.
RM: Qual o ponto mais positivo ou mais negativo que o senhor encontrou?
MG: Difícil falar isso, eu vou fazer uma comparação: fui Secretário de Saúde em 1997 e estou voltando agora, em termos da estrutura física que eu recebo é muito boa, positiva com relação ao que nós tínhamos em 1997; agora do ponto de vista administrativo eu acho que eu vejo negativamente o que vinha ocorrendo anteriormente.
RM: Como é o procedimento das AIH do município de Mariana? Elas são utilizadas dentro do município?
MG: AIH é um mecanismo do Sistema Único de Saúde que é chamada Autorização de Internação Hospitalar, então nós temos uma cota de AIH pra internação hospitalar e eu diria que o que se tem hoje é suficiente pra poder atender à população de Mariana, não só aqui no Hospital Monsenhor Horta, como aqueles casos que se faz necessária a transferência de um município. Ou seja, quando interna pacientes em Belo Horizonte, ou em outros locais, na verdade quem tá pagando é Mariana, então nós transferimos a autorização de internação hospitalar para Belo Horizonte para que ela faça a internação desse nosso paciente. Mas eu diria que isso aí é um mecanismo que precisa ser melhorado. De uma certa forma, o número de AIH’s é relativamente suficiente.
RM: Quais os locais de Pronto – Atendimento, isso é, de emergência para o povo de Mariana?
MG: Nós temos um local que funciona no período da manhã de 07:00 às 19:00 horas, que é o que a população chama de Policlínica. A Policlínica é um centro de especialidades, aquilo ali não é uma Policlínica, aquilo foi construído pra ser, mas na verdade é um Pronto-Atendimento, onde funciona o Pronto-Socorro da cidade durante o dia. Qualquer pessoa que passe mal e que precise do atendimento emergencial, pode procurar a Policlínica nova, e nós vamos mudar essa nomenclatura pra UPA (Unidade de Pronto Atendimento), que ali então vai receber o pronto-atendimento de 07:00 da manhã às 19:00, a partir das 19:00 da noite até as 07:00 da manhã, o Hospital Monsenhor Horta é conveniado para receber os casos que são necessários atendimentos de urgência, e também nos feriados e finais de semana nós abrimos a Policlínica também no sábado, também funciona de 07:00 às 19:00, mas nos domingos e feriados aí o Hospital Monsenhor Horta faz esse papel. Então nós estamos sempre de porta aberta pro usuário 24 horas.
RM: Não seria mais interessante colocar como o senhor disse a UPA 24 horas, pra de repente desafogar o Hospital, porque a noite só atende no Hospital, né isso?
MG: Nós já estamos nesse estudo, eu estou há um mês a frente da Secretaria de saúde, eu sou plantonista do hospital e sei isso, tem 22 anos que eu dou o plantão de sexta-feira à noite.
RM: Porque tem dias que está vazio e tem dia que tá lotado, né?
MG: Isso aí tem outros fatores, nós podemos estudar, existe uma proposta mesmo do atendimento no município abranger as 24 horas, mas por outro lado, nós temos que ver algumas coisas, por exemplo: a super lotação, tanto do hospital, quanto da nossa UPA durante o dia ela tem outras causas, que são a falta do atendimento e atenção primária na cidade, são os nossos chamado Programa de Saúde da Família. O município tem hoje nove equipes de saúde da família sendo seis na zona rural e três aqui na cidade, que abrange o Bairro Cabanas, porém o resto