Com intuito de melhor informar à população de Mariana, o jornal PONTO FINAL entrevistou nesta semana a prefeita afastada por uma decisão judicial. Na entrevista abaixo você vai conferir a ideologia política de Terezinha Ramos e os planos para o futuro além de ressaltar a decepção que teve com algumas pessoas de seu grupo. Terezinha afirma não ter nenhum vínculo político com o governo de Geraldo Sales, apesar de seu filho Fábio Ramos trabalhar para o prefeito. Terezinha afirma que essa foi uma decisão individual e não partidária. Jornal Ponto Final: Qual é sua verdadeira relação com o prefeito interino Geraldo Sales, o Bambu? Terezinha Ramos: De cordialidade. Em Mariana o povo vem sofrendo muito. Bambu não faz e nunca fez parte do meu grupo político como algumas pessoas mal intencionadas andam espalhando pelas ruas da cidade. Terezinha é Terezinha e Bambu é Bambu. JPF: Prefeita, a senhora concorda que com essa indefinição política, essa alternância na prefeitura é de responsabilidade da Justiça Eleitoral, o Bambu não é o responsável pela situação que está acontecendo, ele está simplesmente cumprindo uma determinação judicial e por isso assumiu interinamente o município. Agora, amigos pessoais da senhora permitirão, como por exemplo, o seu ex-Secretario de Administração Dr. Carlos Alberto e o seu ex-chefe de Gabinete Sr. Jamil Abjaud, façam parte da atual administração? TR: Amigo é uma palavra muito especial. E hoje posso afirmar que me enganei muito com algumas pessoas que se diziam minhas amigas, mas a vida é assim mesmo, um eterno aprendizado, e os erros que cometi no passado com certeza não irei repetir no futuro. JPF: Qual é a sua opinião sobre a coalizão política feita entre o PTB municipal e a atual administração interina? TR: Não existe, nem nunca existiu essa coalizão. O que aconteceu na verdade é que algumas pessoas filiadas ao PTB, inclusive meu filho Fabio Ramos e meus amigos Ildeu Alves e Milton França, tomaram a decisão pessoal de participar do governo interino, ou seja, eles tomaram suas decisões individualmente e não partidariamente. JPF: O que a senhora tem a falar sobre os rumores de um retorno eminente de seu governo? TR: Em primeiro lugar quero deixar bem claro para a população de Mariana que não fui cassada, nem julgada e nem condenada por crime algum. Fui afastada por uma decisão judicial, já que o juiz eleitoral concedeu uma liminar me afastando, sem que houvesse qualquer julgamento. Portanto o fato de retornar, nada mais seria que restabelecer a justiça para mim e para o povo de Mariana. JPF: Com a sua volta haverá alterações em seu secretariado? TR: Sim. Confiei em algumas pessoas e não fui correspondida nessa confiança. Dessa maneira as mudanças vão acontecer porque quero fazer o bem para a população da cidade, e para isso preciso de uma equipe que esteja mais engajada com os meus princípios morais, para podermos assim, fazer o melhor governo da historia de Mariana, principalmente para os mais humildes. JPF: É verdade que a Sra. substituiu sua antiga assessoria jurídica? TR: Como eu já disse anteriormente, as mudanças podem e vão acontecer, e algumas pessoas com certeza serão substituídas. Isso faz parte do crescimento, da melhoria e do aprimoramento na política. JPF: Com a sua volta, como ficará sua relação com a Câmara Municipal de Mariana? TR: Pautada na independência dos poderes e no respeito mútuo, irei estabelecer um contato aberto com os vereadores, mas, com visibilidade para a população. O povo precisa ter conhecimento dos projetos enviados à Câmara e prestigiar as sessões, para tomar conhecimento das votações que irão resolver suas aflições e necessidades. JPF: Gostaria de deixar uma mensagem ao povo de Mariana? TR: Com certeza. Primeiramente gostaria de agradecer a você, Rômulo, pela possibilidade de esclarecer ao povo de Mariana algumas questões que estavam precisando ser esclarecidas. Em seguida, gostaria de cumprimentar e agradecer a cada cidadão e cidadã de Mariana, na sede, nos distritos, sub-distritos e povoados, pela paciência e pela serenidade com que eles vêm enfrentando essa instabilidade política na cidade, lembrando que o tempo ainda é o senhor da razão.