Pesquisas apontam caminhos para reaproveitar rejeitos de mineração. A ideia é de reaproveitar na construção civil na fabricação tijolos, telhas, blocos e pisos, por exemplo.
A Samarco tem buscado alternativas para o uso dos rejeitos e, dentre os estudos promovidos pela empresa, chegou-se à possibilidade de aproveitamento do material para pavimentação e coloração da madeira plástica. Esses produtos podem ser vistos a partir de agora, no projeto da BeGreen, fazenda urbana inaugurada na quinta-feira (11), em Belo Horizonte.
Por meio da parceria estabelecida, a Samarco forneceu rejeito arenoso e lama para os produtos que foram utilizados na pavimentação do espaço e no mobiliário. No local estão sendo cultivadas e comercializadas hortaliças orgânicas, diminuindo a distância entre produtores e consumidores.
Todo o projeto urbanístico da fazenda foi concebido com a utilização de materiais recicláveis, desde a pavimentação do piso, concepção das instalações elétricas até o mobiliário. Para a produção de blocos intertravados, usados no piso da fazenda, foi utilizado rejeito arenoso da Samarco.
“Está provada tecnicamente a viabilidade do uso do rejeito arenoso em substituição à parte do volume de areia na produção destes blocos, que trazem a mesma segurança e durabilidade de um bloco feito com areia e brita. Além de ser mais ecológico”, afirma José Eli Goulart, gerente técnico comercial da Uni-Stein, empresa responsável pela fabricação dos blocos usados na pavimentação da fazenda da BeGreen.
A Samarco forneceu lama para a produção de madeiras plásticas, usadas na fabricação de decks, mesas e cadeiras para o espaço. A lama é usada como pigmento que, por ser inorgânico, é considerado mais durável para dar coloração às madeiras produzidas com aparas de plástico e fibras vegetais.
As peças foram fabricadas pela empresa Ecoblock, que, como a Uni-Stein, participa desta iniciativa com a Samarco. Bem antes do rompimento da barragem, a mineradora desenvolvia com essas empresas estudos para aproveitamento de rejeitos.
Os estudos contaram com a parceria do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN). Em 2013, uma área de 2 mil m² no município de Guarapari (ES) foi pavimentada com blocos intertravados similares aos do espaço da BeGreen. A Samarco também já utilizou o mesmo tipo de bloco na reconstrução de Barra Longa (MG), fabricados com o sedimento retirado da Usina Hidrelétrica de Candonga.
O objetivo é continuar no desenvolvimento e consolidação de novas tecnologias que visem aproveitar os rejeitos da empresa, inclusive no desenvolvimento de negócios e na concepção de outros produtos.