Fala sobre denúncias feitas pela Guarda Municipal e ausência de um Capitão na Companhia
O Tenente Waltenir da Polícia Militar, que atualmente exerce a função de Comandante da Companhia de Mariana, concedeu uma entrevista ao jornal Ponto Final na manhã da última segunda-feira para esclarecer algumas questões que vem sendo levantadas regularmente.
Recebemos aqui em nosso semanário algumas denúncias de pessoas que não quiseram se identificar e também de alguns integrantes da Guarda Municipal. Disseram que a prefeitura de Mariana doou os Carros da Guarda para a Companhia da Polícia Militar, e que, segundo informações, os integrantes da Guarda passariam a atuar juntamente com a Polícia Militar.
O Tenente Waltenir foi questionado a respeito dessas denúncias, ao que respondeu que não é fato. “Não existe nenhum carro da prefeitura aqui conosco, o que existe é uma proposta de convênio em relação ao Olho Vivo, para que também possam ajudar a solucionar os crimes. Somente no monitoramento.”
A redação do Ponto Final entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura por meio de um ofício para que pudessem nos esclarecer essa questão, mas até o fechamento desta edição não tivemos retorno.
Também foi feito ao Tenente os seguintes questionamentos: Se a ordem seria que os policiais preenchessem um bloco de multas por dia (como nos informaram os Guardas Municipais); Se houve algum esquema preparatório para que a Polícia Militar atuasse em prol da segurança do Concurso Público; e se Mariana já possui um novo Comandante.
Na questão das multas, o Tenente afirma desconhecer essa ordem: “Não existe essa ordem. O que nós fazemos realmente é agir de acordo para que o trânsito seja controlado”. Sobre algum esquema preparatório sobre o concurso, o Tenente nos respondeu que isto não é de competência da PM: “Foi um concurso realizado pela prefeitura, e a organização do mesmo não é da nossa competência. Deveria ter havido um planejamento por parte dos organizadores”.
No questionamento feito, se a cidade de Marina já possui um novo comandante, o Tenente disse que apesar da cidade ter sido elevada a Companhia Mariana ainda não possui um Capitão, sendo assim ele exerce a função do mesmo até que seja regularizada a situação: “Não, ainda não temos. Eu estou à frente da Companhia juntamente com o Tenente Martins. A Polícia Militar de Mariana foi elevada a Companhia, e isto implica em abertura de vagas. Se antes éramos comandados por Tenentes por ser um pelotão, como se elevou a companhia, é um Capitão quem comanda. Surgiram dois pelotões nesta mesma Companhia, então automaticamente são dois Tenentes, um para cada pelotão, e um Capitão. Contudo, na sua falta, eu estou respondendo e exercendo esta função provisoriamente. Ainda não existe uma data estipulada para a ocupação do cargo, mas esta vaga existe.
Perguntamos também ao capitão sobre uma denúncia relativa a uma abordagem feita na Praça Gomes Freire na noite do último Domingo. O denunciante questionou que a abordagem foi abusiva, pois não havia tumulto no local, e ainda ressaltou que seu filho se assustou com o fato de policiais estarem com, segundo ele, “escopetas”, pois não havia necessidade do armamento. “Deparei-me com três viaturas da PM (...) vi um deles como uma arma em punho (parecia ser uma escopeta), apontando para as pessoas. Não havia brigas, nenhum risco iminente, com isso, não teria necessidade disso tudo. Meu filho ficou horrorizado com essa cena (...) ele está desorientado depois da situação que ele presenciou, só quer ficar chorando e falando nisso”, desabafa o denunciante.
Em resposta o Tenente Waltenir disse que as abordagens são necessárias, “eu vejo a princípio uma pessoa descontente com a atuação da polícia Militar. Nós temos na Praça Gomes Freire principalmente, sobretudo nos finais de semana, uma concentração enorme de pessoas que frequentam o local. Nós não estamos ali pra poder aparecer. Estamos nas praças pelo próprio anseio da comunidade. É uma situação de necessidade, pois são nos finais de semana que acontecem muitos problemas, então do mesmo jeito que o denunciante está reclamando da presença policial nos locais onde são realizadas as abordagens, eu mostro com fatos, não de maneira vaga, que é necessária nossa atuação”.
Continuando, Waltenir disse que recebe regularmente pedidos de policiamento: “Tem muitas pessoas que me procuram aqui: senhoras, pais, mães, que vêm para reclamar, fazendo pedidos de policiamentos na Praça, e na maioria das vezes com a denúncia de tráfico de drogas e uso constantes das substancias. No dia 16 de janeiro, dia em que reclamaram no jornal Ponto Final sobre a atuação da polícia, tenho aqui em mãos a ocorrência que foi feita naquele dia, que foi apreendido uma quantidade significativa de drogas e pessoas foram presas”.
“O que muito está ocorrendo na Praça Gomes freire é a incidência de menores nas ruas. Eu pelo menos não levaria meu filho naquela praça depois de determinado horário sabendo das coisas que vem ocorrendo no local, pois não é um ambiente próprio para menores, inclusive estamos verificando isto com o juiz, se há uma possibilidade de determinar alguma coisa neste sentido juntamente com o comissariado de menor. A abordagem da polícia é legal, o uso de armamento de munição não letal é legal, e tivemos uma abordagem, prisão e apreensão de drogas no local. O policial tem que fazer a utilização da arma, pois como vai realizar uma abordagem a tráfico de drogas sem usar uma arma? Então não há outra possibilidade. Se constrange, ou se a pessoa não gosta, infelizmente é uma forma de atuar. Não agrada, mas é necessário, nós temos que fazer, porque nós somos cobrados, pois do mesmo jeito que pessoas reclamam, existe várias pessoas que dizem que não estão podendo ir na Praça Gomes Freire por causa do tráfico de drogas, o consumo das mesmas e por causa das brigas. Existe grupos com certa rivalidade, e neste mesmo final de semana, estava marcada uma briga no Jardim, de um bairro contra outro”.
Para finalizar, Waltenir afirma que essa é a função da Polícia: “Neste sentido nós temos que prevenir, e a prevenção é com policiamento, com abordagens para ver se essas pessoas não estão usando algum tipo de arma. Então, nós fizemos isso, por determinação e com escalas, e esta é a nossa forma de atuar, e levar proteção. Nós não temos intenção de encobrir nosso trabalho, e todas as pessoas, sem exceção de nenhuma, não acham correto a atuação da Polícia Militar. Nós aqui, estamos de portas abertas para resolver qualquer questão que possa ajudar e resolver o problema”.