Sou parte de uma poesia não registrada, em papel comum. Conto de amor, alegria, oferta de agradecimento aos céus. Apareço ainda molhado em água benta, para beijar a fonte do bem e da saudade. Sim sou carinho, sou paixão, beijando seus olhos, tocando em sua alma, oxigenando seu coração. Mistério, sedução alívio à solidão. Quisera ser mais. Uma pedra lapidada, coisa rara sensível e amada. Sou o silêncio harmônico das estrelas.
Apaixonado, sigo em frente, enamorado. Sou o murmúrio de nós, os ecos apaixonados, embriagantes. Sonho com as melodias encantadas sempre a bailar nos horizontes. Imagino poder ser até seu caminhar, neste momento peço aos querubins que me deixem flutuar. Sou alguém parte de seu suspiro, seu alento. Sou teu anjo sem pecado, com desejos bem guardados. Um corpo que se mantém puro, mesmo atentado às vezes pelos desejos impuros.
Sou rio de águas claras a desaguar no oceano do amor. Intuição plena, contemplação da verdade, levando a
razão penetrar na dura e crua realidade. Sou frágil, sou romântico, por vezes feito menino, noutras, feito criança, aprendiz de novos passos através da energia cósmica da vida. Assim posso dizer sou parte do amor, retrato de meu ego, parte de meu ser. Este sou eu...
Antonio Freitas Neto