1º de dezembro, dia mundial do combate a AIDS Publicada 03 de Dezembro de 2010 - 07:37
O Dia Mundial de Luta Contra a AIDS foi criado para relembrar o combate à doença e despertar nas pessoas a consciência da necessidade da prevenção, aumentar a compreensão sobre a síndrome e reforçar a tolerância e a compaixão às pessoas infectadas. Foi a Assembléia Mundial de Saúde com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), que instituiu a data de 1º de dezembro.
A decisão foi tomada em outubro de 1987. No Brasil, a data passou a ser comemorada a partir de 1988, por decisão do Ministro da Saúde. A cada ano, diferentes temas são abordados, destacando importantes questões relacionadas à doença. A importância da família e da união de forças também já foi destacada como importantes aliados da luta contra a AIDS. HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da
AIDS, ataca o
sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a AIDS. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas, podem transmitir o vírus a outros pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação. Por isso, é sempre importante
fazer o teste e
se proteger em todas as situações.
Um estudo realizado por 11 centros de pesquisa de Brasil, Peru, Equador, Estados Unidos, África do Sul e Tailândia mostrou que o uso profilático do antirretroviral Truvada (que reúne as substâncias emtricitabina e tenofovir) pode reduzir o risco de infecção pelo vírus HIV em até 94,9%. Atualmente, o medicamento é usado apenas para o tratamento de pessoas já infectadas pelo vírus, mas não está disponível no Brasil. A pesquisa contou com a participação de 2.499 voluntários, homens, homossexuais e com alto risco de contrair o vírus (estimado de acordo com o número de parceiros e a frequência com que fizeram sexo sem preservativos nos seis meses anteriores ao estudo). Eles foram divididos em dois grupos, um que recebeu o medicamento, e outro que recebeu o placebo. Todos os voluntários foram orientados a tomar um comprimido por dia. Receberam também, o que é considerado atualmente o melhor pacote preventivo à infecção por HIV, que inclui testes mensais, aconselhamento pré e pós-teste, camisinhas, tratamento de doenças sexualmente transmissível para si e para os parceiros e exames semestrais para a detecção de doenças como úlceras genitais, herpes e sífilis, cujas presenças facilitam a infecção e transmissão pelo HIV.
Queda de casos indica que epidemia passou pelo auge
Relatório Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) mostra, pela primeira vez, um declínio na expansão da doença no mundo. Segundo o levantamento, 2,6 milhões de pessoas contraíram o vírus da Aids em 2009, um número quase 20% menor que os 3,1 milhões em 1999. O relatório indica ainda que a epidemia pode ter chegado ao auge. Estima-se que 33,3 milhões de pessoas sejam portadoras do HIV no mundo, mas a epidemia está começando a se desacelerar e até ser revertida. O total de soropositivos em 2009 era ligeiramente inferior aos 33,4 milhões do ano anterior. Mas estima-se que cerca de 10 milhões de pacientes em países pobres não tenham acesso a medicamentos importantes para controlar a doença. O documento revela ainda que, no ano passado, morreram 1,8 milhões de pessoas em decorrência de doenças relacionadas à Aids. Em 2004, data usada como base de comparação pelos técnicos, a Aids matou 2,1 milhões de pessoas.
No país, a doença está estabilizada desde o ano 2000, com 600 mil pessoas infectadas. De acordo com coordenador da Unaids no Brasil, Pedro Chequer, o Brasil continua sendo referência na prevenção e no tratamento da Aids, porém ainda há problemas, tais como o aumento do número de casos na região Norte do país. “A região Sudeste apresenta tendência de queda e no Brasil, como num todo, a epidemia está instável, mas continua aumentando no Norte do país disse Chequer. “ O norte do país apresenta uma situação adversa, que exige por parte do governo da região, e com apoio a mobilização do governo federal, no sentido se reversão”, explicou, informando que a taxa de incidência (por 100 mil habitantes) de casos de Aids notificados na região Norte, passou de 15,4 em 2007, para 18,6 em 2008.
O diretor do programa de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Dirceu Greco, afirmou que o Brasil “se destaca, mas o sucesso não é completo”. Segundo ele, o número de infectados no Brasil está estabilizado, porém em um patamar alto.