Mariana pode assistir posse de quatro prefeitos em um mandato Publicada 03 de Dezembro de 2010 - 08:15
No fim de um túnel, está o término de um período da administração pública de uma cidade que em quatro anos recebeu através de liminar um prefeito eleito com registro cassado, a segunda eleita pelo voto direto e secreto, que ficou pouco mais de 30 dias no poder sendo afastada, mas não existe vacância do cargo, pois não foi cassada, nem teve nenhuma condenação com trânsito em julgado. Outro, o presidente da Câmara assumiu estando há mais de seis meses como prefeito em exercício, agora a luta para Nova Presidência da Casa que em janeiro de 2011 ocupará o cargo tão almejado.
O que será agora? “O esquecimento o adubo que nutre a impunidade”. Dia 1º de janeiro data de festa para prefeitos e vereadores vitoriosos, mas no caso em questão festa será unicamente pela Câmara Municipal que dentre os dez vereadores escolherá um para ser o presidente e certamente o novo prefeito da cidade primaz de Minas. A população da cidade passa a assistir unicamente uma festa de interesses de um grupo que por vontade direta ou indireta vem mantendo-se a frente da administração de Mariana, uma administração nestes últimos anos devidamente morta sem visões para o crescimento e defesa de um patrimônio e uma riqueza incontestável. O Solo rico em minério sendo destruído sem o retorno devido.
Deste fato e da riqueza das obras de arte, não estão preocupando, aliás, passou a ser interesse no dia a dia, tendo os nomes citados, que lutam por forças internas em busca dos votos unicamente da Câmara. Notamos facilmente através do olhar a amostragem de confiança de alguns, mas esquecem estes que se julgam preteridos, que um fenômeno diferente aparece, dentre eles possui um ou uma que esta bem atinente aos destinos marianense, pelo que pudemos notar o desejo pode ser vencido, aquele que se julga vencedor pode ser derrotado pela própria vaidade. Apesar da alegria demonstrada pelos vereadores o povo está ainda confiante que o destino será superior às influências e o judiciário julgará o processo retornando ao mandato conquistado pelo voto direto e secreto, portanto legal, a prefeita Terezinha Ramos.
Estão esquecendo-se de Mariana e lutando pelo abstrato ou por algo ainda não definido em lei própria. O DEMUTRAM da Prefeitura de Mariana impõe a instalação de taxímetro nos taxis da cidade, mas contrariando a legislação Municipal, o vereador Juliano, faz a leitura do artigo 162 da Lei Orgânica Municipal que trata assunto. O vereador Pedro Eldorado, contraditou Juliano, mas acabou por reafirmar que em determinada época o ex-prefeito liberou algumas licenças para atender aos turistas. Não ficou somente nas alegações, pois o vereador Juliano disse ao Edil que já existe uma ação pública em tramitação no Juízo da Comarca, oferecendo de imediato a entregar uma cópia ao vereador Pedro que mais nada disse. Essa desconfiança já se tornou cultural, pois o pensamento de que o cidadão só espera assumir a prefeitura ou a vereança para se locupletar é comum. Para o homem do povo, todo mundo é honesto e bem intencionado até chegar ao poder.
Chegou lá, se corrompe, este é um conceito muito visto, certamente nunca podemos julgar todos por um nem vice-verso. O povo se reforça mais para pensar assim quando vê a impunidade campear e a corrupção quase que generalizada no meio político. Cada denúncia, cada afastamento, cada volta, tudo isso faz com que a população perca ainda o pouco de fé que tem da política. E os vereadores? A fama de que alguns dos ilustres edis têm de conchavos na aprovação de projetos, de barganhas com os prefeitos para levar “algum” nas horas de crise, é imensa. O pior, nesta história toda, é que essa fama dos maus contamina àqueles que querem exercer um mandato digno. Muitos desses, vendo que a fama não mudará, podem até embarcar na corrupção e se jogam na vala comum da prostituição política. Sabem que a impunidade campeia que a fiscalização dos Tribunais de Contas é falha e apenas considera papéis, podendo confundir muitos de nossos juízes, claro que uma minoria de sentenças e se afundam no “mar de lama”.
Esperamos que mudasse tudo nesta, terra e que o Juízo do direito impere defendo a maior verdade que é o sonho de nossas realizações. Não sendo assim o círculo vicioso se fecha: o politiqueiro corrompe o eleitor, que se deixa corromper e o corrupto volta eleito sempre pelos corrompidos. Este quadro melhorou um pouco nos últimos tempos. Vimos prefeitos e vereadores sendo cassados, até por infidelidade. É pouco, mas já é um sinal.
O povo está se conscientizando, cobrando mais dos políticos. O fato é que está nascendo uma nova realidade, onde o povo é parte essencial. Para escolha dos novos prefeitos e vereadores, necessários que o povo se organize e vigie, entendendo que é o seu direito que está em jogo, que é o dinheiro da saúde, da educação e de tantas outras necessidades essenciais devem ser bem administrados. Precisamos pensar e fiscalizar sempre: essa é a essência da democracia, “o governo do povo, para o povo e pelo povo”.
Antonio Freitas Neto