Compra de voto, na campanha de Roque Camello, fica comprovada após perícia de fita Publicada 29 de Outubro de 2010 - 07:08
As eleições de 2008 entraram para a história na maior parte pela forma que transcorreu. Todos os marianenses presenciaram ou tomaram conhecimento da vasta quantidade de processos judiciais eleitorais interpostos nas eleições municipais de 2008.
Representações por propagandas irregulares, representações com pedidos de cassação de registro de candidaturas, impugnações de registro de candidaturas e ações de investigação judiciais eleitorais, cujo a finalidade é a cassação do registro de candidatura ou do diploma de eleito expedido fizeram parte das eleições do ano de 2008.
Com o fim das eleições, publicaram-se os resultados, mas os processos eleitorais não se findaram. Todos os marianenses se recordam dos últimos acontecimentos, em que a concessão e cassação de liminares alternaram duas pessoas como chefe do Poder Executivo em prazos de horas.
O que poucos sabem é que um processo que causou grande repercussão e uma série de ameaças no período eleitoral ainda tramita e pode causar aos investigados uma pena de inelegibilidade, além de um posterior processo criminal. Quando das eleições de 2008, o candidato a vereador na época, Dan Mól, foi procurado pelo então Prefeito Celso Cota, pelo candidato Roque Camello e por seu vice-prefeito Zezinho Salete.
A finalidade do contato seria a “compra do apoio político” de Dan ao candidato Roque Camello e para que houvesse esse apoio, Dan, bem como de todos os seus “cabos eleitorais” deveriam deixar de trabalhar para o candidato Du para trabalharem para o candidato Roque Camello e, em contrapartida, Roque, Celso e Zezinho pagariam a Dan R$ 15.000,00 (quinze mil reais), divididos em três vezes.
Com a proposta feita por Roque, Celso e Zezinho, Dan procurou os advogados da campanha de Du que lhe orientaram a gravar toda a negociação e em seguida interpor um processo judicial eleitoral para apurar os fatos. Na presença de todos e mais o Luciano, proprietário da empresa 3T (empresa empreiteira da Prefeitura Municipal e Auro), assessor do Deputado Estadual Djalma Diniz, Dan gravou toda a conversa, supostamente aderiu à proposta feita e por isso receberia nos dias seguintes R$ 5.000,00 (cinco mil reais) como pagamento da primeira parcela da negociação.
Importante esclarecer que no dia da reunião estava presente o empresário Luciano e seria ele o responsável pelo pagamento de Dan, fato que ocorreu dois dias depois quando Dan foi até a casa de Luciano e este lhe deu um cheque no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), cheque este pertencente a sua mulher. Seguindo orientação dos advogados, Dan também gravou a conversa que teve com Luciano no ato do recebimento do cheque.
De posse de todo o material de gravação e com o cheque emitido por Luciano, Dan procurou o Promotor Eleitoral, Antônio Carlos de Oliveira, e apresentou a denúncia contra Roque, Celso e Zezinho, lhe entregando o cheque e o aparelho que gravou toda a negociação. Os investigados à época espalharam aos quatro cantos de Mariana que Dan é quem teria os procurado e que em momento algum teriam oferecido a Dan qualquer vantagem.
Em perícia realizada pala Polícia Federal na gravação feita por Dan, concluiu que não houve qualquer fraude, atestando as vozes de Roque Camello, Celso Cota e Zezinho Salete, além de Luciano e Auro.
Assim, com a apresentação do laudo pericial o processo pode tramitar normalmente, marcando-se a audiência de instrução e julgamento em que se farão novas provas, entre elas as provas testemunhais.
A realização de mais uma condenação aos investigados citados acima os mesmos se tornam inelegíveis para futuras eleições
As informações aqui publicadas se encontram no processo eleitoral nº 344/08 e pode ser acessado por qualquer cidadão no Cartório Eleitoral de Mariana, vez que este processo é público e de interesse de todos.