Atendendo o pedido do Juiz de Direito da Comarca de Mariana, Antônio Carlos Braga, a Juíza da Comarca de Ouro Preto, Lúcia de Fátima Albuquerque, expediu mandado judicial para recolher os exemplares do Jornal Ponto Final, edição da última sexta-feira, nas bancas e na redação do semanário.
Para o Juiz, o Jornal foi descortês com sua pessoa ao circular com um panfleto encartado, reproduzindo na página do blog do Deputado Federal Mário Heringer (PDT), prestação de serviço solicitada e paga ao Jornal pelo advogado Rodrigo Almeida. O semanário aceitou encartar os panfletos porque o assunto e o texto do deputado já eram do conhecimento público e o advogado que contratou o serviço não exigiu sigilo. Em conseqüência da ação judicial, a Polícia Militar montou uma operação para a busca e a apreensão de todos os exemplares que ainda permaneciam na Redação. Para essa operação compareceram 12 policiais que vasculharam toda a sede do Jornal, além de procurar pelo diretor Rômulo Passos durante todo o dia até as 19h, embora sem possuir nenhum mandado de prisão. O diretor não se encontrava na cidade. Os panfletos reproduziam criticas às últimas decisões do Juiz em ações eleitorais e foram extraídas do blog do deputado Mário Heringer, inclusive com citação da fonte. O título do panfleto era “Juiz Ladrão”. O assunto gerou grande repercussão, também, na internet, à rede de relacionamento Twitter. Na segunda-feira (24), Rômulo Passos esteve na Delegacia prestando esclarecimentos, sendo liberado logo em seguida. Veja a nota da direção do Jornal.Diante do incidente ocorrido com o Jornal Ponto Final na tarde da última sexta-feira (21), seu diretor Rômulo Geraldo Passos, lamenta os procedimentos adotados, já que é uma empresa com mais de 15 anos no mercado e sempre se portou como parceira do Judiciário. Nesta oportunidade presta esclarecimentos e faz indagações.
1- Em momento algum o Jornal ou seu diretor foram informados das insatisfações do Juiz Antônio Carlos Braga, apesar de em outras oportunidades o relacionamento ter sido sempre de cooperação e entendimento. Como, apenas a título de exemplo, no caso em que o mesmo me ligou em pleno domingo, em minha residência, para colocar nota de quase uma página de seu interesse, no que foi atendido com a maior presteza. Pergunta-se: por que o Juiz não repetiu esse mesmo tratamento? Era só ter ligado, como fez da outra vez.. 2- Por que antes de chamar a Polícia para recolher o Jornal não fez o mesmo pedido à direção da empresa? Ele seria atendido com a maior atenção. 3- Por que não recolheu só os encartes e sim o Jornal como um todo? 4- Por que me deram tratamento de criminoso ou foragido, mesmo alegando que não havia mandado de prisão, mas com pressão psicológica pesada, com 12 policiais na redação do Jornal para recolher todos os exemplares? 5- Por que a Polícia foi várias vezes à minha casa procurando por mim, até que meu advogado fosse ao quartel às 19h para pedir que se retirassem de minha residência? 6- O Juiz reclamante deu o mesmo tratamento ao deputado que fez as acusações e as tornou públicas? 7- O Juiz reclamante tomou a mesma atitude contra o Jornal “O Tempo”, que publicou matéria e reproduziu a página do blog do deputado com as acusações? Foram recolhidos exemplares do “O Tempo” em Mariana? 8- E quanto aos prejuízos causados para o Ponto Final? Quem vai pagar? De quem é a culpa? Mas, mesmo com tudo isso que aconteceu, o Jornal Ponto Final continuará fazendo o seu papel de informar, com coragem e com a maior imparcialidade possível. Continuamos à disposição de todos, inclusive do Judiciário de Mariana e região. Queremos deixar claro que tanto o trabalho da Juíza de Ouro Preto como o do delegado de Polícia e da Polícia Militar, foi apenas atender ao pedido do Juiz Antônio Carlos Braga. Embora acatando uma ordem judicial, quero destacar que a Polícia Militar, que esteve na sede do Jornal e em minha resistência, foi super educada tanto com a equipe da empresa como com os meus familiares, apesar do aparato utilizado. Resta ainda destacar que nota esclarecedora sobre o assunto foi encaminhada ao Excelentíssimo Juiz Antônio Braga, mas até o fechamento desta edição o mesmo não se manifestou a respeito.Rômulo Passos JORNAL PONTO FINAL