Briga na justiça, entre irmãos, impede venda de Mina da Passagem Publicada 03 de Setembro de 2010 - 07:53
A aquisição da Passagem Mineração (PAMIN) pela companhia chinesa WISCO em um investimento de US$ 5 bilhões em Mariana pode ser barrada devido uma briga de família. O negócio já foi parar na justiça e conforme liminar deferida no último dia 10 está determinado a indisponibilidade do ativo de exploração de minério pela PAMIN. O interesse da WISCO (O grupo asiático é sócio da MMX) no Brasil é pela jazida da Mina do Morro de Santana e informações extraoficiais estimam reservas de 750 milhões de toneladas de itabiritos, com teor médio de ferro de 55%. A companhia chinesa atua há 54 anos no mercado é a terceira maior produtora de aço na China sendo a sétima maior do mundo.
A MMX afirma que foi citada “erroneamente” no processo e vai comunicar o fato à justiça além de ressaltar que não tem negócios na região de Mariana. A liminar ainda estabelece que sejam colocados impedimentos judiciais aptos a obstar a transferência dos direitos de exploração de minério. Isso significa que órgãos como o Departamento de Produção Mineral (DNPM) e Junta Comercial de Minas Gerais sejam comunicadas da decisão judicial para impedir tanto a transferência dos direitos minerários como a cessão de cotas ou ações da PAMIN.
O entrave que envolve a PAMIN é apenas mais um capítulo da novela que se arrasta há anos entre os quatro irmãos da família Rodrigues – Izabela, Suzana, Roberto e Walter – na disputa da herança do então médico Walter Rodrigues falecido em 1984 “Em 1987 as irmãs ajuizaram ação de dissolução da sociedade contra os dois irmãos. Em 1992 todos fizeram um acordo que previa a soma do patrimônio dividida igualmente aos herdeiros. Mas o acordo nunca saiu do papel”afirmou Marcondes representante das irmãs no processo.
Segundo o empresário das irmãs Rodrigues, Antony de Mello, elas não são contra a venda ao grupo WISCO e não querem criar nenhum empecilho para o desenvolvimento da região (de Mariana), só querem ser alijadas do resultado e participar das negociações. Matéria extraída do jornal Estado de Minas.
Nossa Redação com intuito de melhor informar nossos leitores procurou pelos irmãos Walter e Roberto Rodrigues que nos enviou como resposta a carta abaixo, confira na íntegra:
“
Autorizo a publicação SE for na íntegra, e SE NÃO for mencionada a minha condição de candidato a Deputado Estadual. Tem que se restringir ao tema e texto abaixo.
Se não for satisfatório para você, desconsidere a minha resposta.
A matéria do Estado de Minas é equivocada e foi arranjada para sair da maneira que saiu por conta de nossos adversários políticos locais em Mariana.
Não existe "briga" por herança porque o que herdamos já foi o objeto de partilha em 1987 e há muito terminado. As ações da Cia Minas da Passagem já haviam sido passadas em vida para nós e eu e Roberto sempre detivemos o controle desde que meu pai era vivo.
Infelizmente nossas irmãs têm apenas segundo grau de instrução e visão muito limitada do mundo.
Existe também o problema de que todos costumam colocar tudo num só balaio falando em "CMP" e "Mina". Na verdade tratam-se 11 empresas diferentes das quais nossas irmãs são acionistas de apenas duas: - a Cia Minas da Passagem e a CMP Ouro de Galeria S/A. São minoritárias em ambas. Eu, minha esposa e Roberto controlamos as duas empresas. Nas outras empresas não possuem uma ação sequer e eu e Roberto somos os controladores.
São empresas com patrimônio distinto dos de seus acionistas, com quadros de acionistas diferentes uma da outra e com focos e interesses diferentes. Existe uma insatisfação das acionistas minoritárias da Cia Minas da Passagem (que é uma das acionistas da CMP Ferro Mineração e Empreendimentos S/A) com os rumos que nós, majoritários e controladores estamos dando à empresa.
São pessoas sem qualquer vínculo com Mariana e sem nenhum interesse em que a Cidade propere. Elas gostariam muito que liquidássemos os investimentos em mineração da Cia Minas da Passagem em empresas de Mariana na área de mineração, como a CMP Ferro por exemplo. Como não conseguem nos convencer e não têm o controle da empresa, promovem toda sorte de guerrilha uma vez que elas não têm absolutamente nada a perder.
Ocorre que a vontade delas não será atendida uma vez que não cabe a elas conduzir os negócios sociais, uma vez que são acionistas minoritárias da Cia Minas da Passagem e nem sequer são acionistas da PAMIN ou da CMP Ferro Mineração e Empreendimentos S/A.
Enquanto elas querem a dissolução de uma empresa próspera (Cia Minas da Passagem) e que está investindo em outras empresas em Mariana, nós, majoritários queremos o contrário: - que a empresa cresça e traga benefícios à comunidade e aos acionistas, como aliás já foi soberanamente decidido desde 1992 quando tivemos problemas semelhantes com elas e quando fizemos um acordo que consolidou o meu controle e de Roberto assim como restou claro que as atividades minerárias prosseguiriam. Estamos passando por uma fase de distribuição do patrimônio imobiliário para os acionistas, mantendo entretanto os investimentos em mineração. Importante mencionar que nenhum imóvel em Mariana cabe à nossas irmãs. Elas preferiram o Rio de Janeiro...perto da praia.
Em todos os processos judiciais até hoje (e são mais de 10...) nunca conseguiram uma decisão de mérito a favor por uma razão muito simples: - não há fundamento nos pleitos delas. Daí elas tentam uma cautelar atrás da outra com pedidos de liminar e vão tendo seus quinze minutos de fama. Quando os Juízes percebem que o que elas no fundo querem é conturbar o funcionamento da empresa e assaltar o patrimônio ALHEIO, elas começam a perder. O problema é que nós não podemos nos desincumbir de nos defender em cada cautelar, em cada liminar, etc. É um desperdício de energia, um desrespeito ao Judiciário e um assinte ao Povo de Mariana.
A WISCO é aquela empresa chinesa, sétima maior do planeta, que nossa Veradora Aída Anacleto chamou de "chineses do Paraguay" em reunião da Câmara. Esta empresa nos cerca frequentemente para vendermos um direito minerário da PAMIN, controlada por mim e pelo Roberto (da qual nossas irmãs não são sequer acionistas e muito menos administradoras). Nossas irmãs tentaram impedir a venda nos chantageando para obter vantagens pessoais em detrimento da sociedade da qual sequer fazem parte. Porém o TJMG já autorizou a venda. Entretanto nossa condição aos chineses tem sido muito clara: - só faremos negócio se houver o compromisso de instalar-se na região uma usina de aços finos de forma a se agregar mais valor e aumentar os impostos a serem arrecadados localmente. Mas isso, como você sabe, tem encontrado muita resistência por parte de nossos interessados Vereadores, de nosso zeloso Ministério Público além da conspiração de nossos adversários políticos locais.
Espero ter colaborado para a elucidação do caso”.
Em resposta a nossa Redação as irmãs de Walter e Roberto Rodrigues nos respondeu que:
“Prezados,
Como sempre Walter Rodrigues Filho tenta confundir e tirar vantagem de todos, da família, da justiça e da população de Mariana.
Inicialmente, é importante esclarecer que não é verdadeira a afirmação do Sr. Walter
Rodrigues Filho que a matéria publicada EM PÁGINA INTEIRA no Jornal “Estado de Minas” no dia 29 de agosto de 2010, foi “arranjada” pelos seus adversários políticos em razão de ser ele candidato a Deputado Estadual, tendo em vista que referida matéria reveste-se de um verdadeiro GRITO DE SOCORRO de suas irmãs, as quais estão há vinte e dois anos sem acesso aos bens que lhe se são de direito, deixados pelos seus genitores.
Cria factóides para angariar votos da população de Mariana, sob a falsa promessa de atrair empregos e grandes investimentos para a região. Mas basta ver o que ele e Roberto Rodrigues fizeram pela cidade após o falecimento do Dr. Walter Rodrigues (Pai), para constatar o contrário, pois nada fizeram além de dilapidar o patrimônio deixado e enganar as suas duas irmãs durante todos estes anos.
Roberto Rodrigues foi afastado da Vice-Prefeitura e Walter Rodrigues Filho que usa indevidamente o nome do pai na política, teve o registro da sua candidatura indeferido pelo TRE-MG e agora recorre ao TSE, mas em todos os cantos ainda se diz candidato e continua em plena campanha. Espero que os Mineiros sejam vigilantes, para não acontecer com o patrimônio público, o que vêm acontecendo por vinte e dois anos com o patrimônio das irmãs.
Parte desta verdade está nos autos dos processos correntes no Fórum de Mariana e no TJMG em Belo Horizonte, e o resto está nos processos iniciados em 1988, que foram extintos por um Acordo judicial em abril de 1992, mas que os irmãos até agora não cumpriram, o que em parte, juntamente com a venda da Mina da Cidreira para a VALE explica os processos atuais.
Não é verdade também que o inventário acabou, pois ainda tramita no Rio de Janeiro, e agora no STJ uma Ação de bens Sonegados do inventário, que envolvem comprovadamente dezenas de milhões de Dólares que Walter e Roberto receberam sozinhos no Brasil e no exterior, após obterem procurações das duas irmãs e falsificarem documentos bancários em 1985.
Também não é verdade que os dois são majoritários nas empresas desde antes de o pai falecer, pois o Dr. Walter Rodrigues (pai), jamais deixaria isto acontecer, afinal tinha quatro filhos e não apenas dois.
O que na verdade aconteceu após o seu falecimento, foi um simulado aumento de capital ínfimo, engendrado pela dupla, apenas para tomar o controle das irmãs, e que resultou nas demandas judiciais iniciadas em 1988, quando em uma audiência em Mariana, a MM juíza perguntou aos dois: Os senhores têm alguma dúvida da paternidade de suas irmãs?
No Acordo de abril de 1992, foi reformado o estatuto da Cia Minas da Passagem e da CMP Ouro de Galeria S/A e instituído um sistema de classes de ações para desta forma, restabelecer o equilíbrio de poder de controle ardilosamente e sob traição de confiança usurpado. Na ocasião, as irmãs foram mais uma vez enganadas e porque não dizer “chantageadas” usando as palavras do próprio Walter Rodrigues Filho, para não ficar com nenhuma propriedade em Mariana, apenas os direitos Minerários das empresas e aceitar 25% do patrimônio imobiliário do grupo, fora de Mariana, caso elas estivessem interessadas em tentar receber de volta, parte das dezenas de milhões de Dólares desviados do inventário, conforme matéria da revista ISTO É MINAS de 1992. (o que até hoje não aconteceu).
Para o esclarecimento de todos, a Cia Minas da Passagem é dona de 99,99% das ações de todas as empresas do grupo, incluindo a CMP Ferro e a CMP Ouro de Galeria S/A que detém 99,99% da PAMIN. Walter e Roberto mantêm em Passagem de Mariana, várias sociedades de papel, e que não se confundem com as empresas do Grupo CMP, apesar de muitas terem esta função e nenhuma atividade econômica expressiva, a não ser, a exploração de ativos que receberam por força do Acordo de 1992, como a mina de visitação turística.
Mesmo com este acordo de 1992, Walter e Roberto impedem fisicamente o acesso das irmãs e acionistas detentoras de 50% das classes de ações com direito ao voto, de ter acesso as dependências da sede social e também ao acervo técnico-mineral, contábil e escritural e também a todas as áreas cobertas pelos direitos de mineração.
O senhor Walter que se diz o candidato do povo e ficha Limpa, mostra com suas declarações, seu total desprezo e preconceito pelas pessoas que segundo ele possuem somente o segundo grau escolar, quando uma delas, Izabela, possui formação em curso superior de Psicologia, não consegue esconder a sua verdadeira índole e sentimento em relação ao povo, os antigos empregados de Passagem que o digam, a conduta dos irmãos é de fazer inveja ao personagem Justo Veríssimo e também a Odorico Paraguaçu!
Fim
Assinado: Izabella e Suzana Rodrigues.
Vilela e Vilela Advogados e Associados pelo Dr. João Paulo Vilela
Nota da Redação:
A Redação deste semanário entrou em contato um dos proprietários da Mina da Passagem mencionado na matéria acima para o esclarecimento dos demais acontecimentos citados na matéria.
Em momento algum a Redação pediu autorização ou entrevista ao senhor Walter Rodrigues e seu irmão Roberto, e sim informações de uma matéria que saiu no jornal Estado de Minas.
Fica claro que o Ponto Final é um jornal que atua no mercado há quinze anos e por sua postura sempre correta ganhou a credibilidade do povo marianense ouvindo sempre os dois lados e noticiando os fatos.
Atenciosamente
Redação, jornal Ponto Final