Nova Policlínica sem data para funcionar Publicada 08 de Outubro de 2010 - 07:00
Janeiro de 2010. Esta foi a data estipulada para que uma das 5 obras que foram iniciadas no governo de Celso Cota, a nova policlínica, começasse a realizar seu funcionamento.
O estado da atual Policlínica não atende com presteza as necessidades dos moradores marianenses. Denúncias de maus atendimentos ou até mesmo de atendimento negado vem sendo constante nessa área, e o novo estabelecimento público, segundo informações, também não está totalmente apto para total funcionamento. A falta de acabamento da rede de esgoto e parte da instalação elétrica está entre os motivos de só um setor está funcionando, a fisioterapia.
Entramos em contato com a prefeitura por meio de um ofício para saber a real situação dos acontecimentos. Confira abaixo o ofício enviado por nossa Redação e em seguida a resposta do secretário de saúde, Zé Lourenço.
“Com intuito de melhor informar nossos leitores, que periodicamente vem nos cobrando uma posição a respeito da transferência da Policlínica antiga para a que foi construída visto que o prazo para a normalização e funcionamento da referida obra acabada seria em janeiro deste ano corrente, o que não ocorreu, gostaríamos de uma posição a respeito.
A informação que tivemos foi que falta acabamento nas redes de esgoto e elétrica. Gostaríamos de saber o real motivo pelo não funcionamento e uma previsão para regularização”. Atenciosamente, Redação Jornal Ponto Final.
Em resposta ao ofício enviado a Secretaria Municipal de Saúde os mesmo responderam que: “A Secretaria Municipal de Saúde, através de seus gestores, vem esclarecer que tem se empenhado para ampliar a rede assistencial aos usuários e que apesar do pouco tempo à frente da administração do Sr. Raimundo Horta já conseguiu dar grandes passos na direção da reorganização da saúde do Município.
Encontramos uma secretaria desabastecida de seus principais insumos, materiais esses essenciais para o bom funcionamento e desempenho das atividades dos profissionais de saúde. O tempo passou e esses materiais foram adquiridos e hoje os serviços que estavam com os procedimentos suspensos ou com atendimento parcial já estão voltando a funcionar da maneira que deve.
Em relação ao novo centro médico, a conhecida Policlínica Nova, esclarecemos que estamos ativando por etapa o seu funcionamento, já funciona a Farmácia Central, a Fisioterapia, e Clinica Odontológica inicia neste mês. Os demais serviços passarão a funcionar assim que forem concluídas as obras da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) equipamento que faz a coleta de resíduos, uma exigência legal (RDC 50) e da ANVISA que ainda impede o funcionamento total desta unidade.
Uma vitória do Governo do Prefeito/Vereador Raimundo Horta, pois os que o precederam não conseguiram sequer realizar o processo licitatório para realização da obra.
Esclarecemos ainda que de acordo com o cronograma da Secretaria de Obras, o serviço de instalação da ETE estará concluído dentro de 60 (sessenta) dias.
Ressaltamos que continuamos nosso trabalho por um bem maior à coletividade, priorizando um atendimento humanitário e de qualidade.
José Lourenço Cota
Secretaria Municipal de Saúde”
Não respondendo assim os questionamentos feitos por este semanário em relação ao motivo do atraso na obra e da veracidade das denúncias.
Nota da Redação:
Em visita a nova policlínica, nossa Redação foi impedida pelo coordenador Sebastião, de fotografar o interior do local, pois dependia da autorização do Secretário Municipal da Saúde, José Lourenço Cota. “Não consegui falar com o secretário, eles pediram que qualquer um que viesse fotografar, ou fazer alguma coisa, o avisasse antes” afirmou Sebastião. Queremos deixar claro que a Policlínica é uma via de interesse público e não existe nenhuma lei que impeça o profissional de jornalismo de fotografar, porém o impasse foi respeitado por nossa equipe para evitar maiores constrangimentos.
Atendimento odontológico negado a marianense
Na manhã desta última segunda (4) recebemos uma denúncia em nossa Redação sobre o mau e o não atendimento de profissionais da área odontológica da Policlínica.
Em relato, Aparecida Bernardo conta que seu filho, Rafael Bernardo, teve o atendimento negado.
“Meu filho tem dificuldades com a fala, atraso neuropsicomotor. Tenho relatório do Neurologista permitindo que seja realizado qualquer tipo de tratamento odontológico, mas não consigo atendimento. Já foi feita até uma ocorrência contra mim, alegando desacato a funcionário público, simplesmente pelo falo de eu falar que iria procurar meus direitos como cidadã.”
Para Aparecida está sendo um transtorno. “O que parece é que colocam auxiliares para trabalhar na área da saúde sem nenhum curso de aperfeiçoamento. Houve uma reunião em nosso bairro com intuito de conseguir melhorias nesta área, foram pedidos vários equipamentos importantes, dentre eles, macas com coletes, para que as crianças sejam atendidas e deixem o profissional atuar. Este pedido foi feito em 25 de setembro onde aconteceu a VII Conferência Municipal da Saúde, não feito somente para as crianças especiais, e sim em prol de todas, e o mesmo foi negado.” Lamenta Aparecida.
E por fim fez um apelo às autoridades da saúde de Mariana, que providencie dentistas capacitados, pois não só o seu filho, mas sim todos necessitam desse atendimento. Em resposta ao ofício enviado a Secretaria Municipal de Saúde os mesmo responderam que:
“A Secretaria Municipal de Saúde esclarece que não existe qualquer atitude por parte dos profissionais da Clínica Odontológica Municipal ou de qualquer outro serviço no sentido de negar o atendimento a crianças portadoras de cuidados especiais ou a quem quer que seja.
Pacientes Especiais são aqueles que apresentam qualquer tipo de condição que os façam necessitar de atendimento diferenciado por um período ou por toda sua vida.
O paciente portador de patologias tais como Deficiência Mental e/ou Física é um paciente que não colabora quando do atendimento odontológico, muitas vezes esse atendimento deve ser realizado sob anestesia geral em ambiente hospitalar propiciando assim um melhor atendimento do ponto de vista técnico. Principalmente no que se refere ao conforto e segurança do paciente.
O tratamento de pacientes que necessitam de cuidados especiais é realizado pela Secretaria Municipal de Saúde no HOSPITAL ODILON BEHRENS, através do TFD (Tratamento Fora do Domicílio) coordenado pela Gerencia Regional de Saúde-MG, seguindo o protocolo determinado por essa gerencia (documentação necessária para tratamento).
A documentação da criança R.B. filho da Sra. Aparecida Bernardo já se encontra na Gerencia Regional de Saúde para cadastro e inicio do tratamento.
A reunião a que se refere a Sra. Aparecida Bernardo foi a Conferência Municipal de Saúde, dia 25 de setembro, cujo objetivo foi traçar os rumos da Saúde do Município para os próximos anos e eleger os novos membros do Conselho Municipal de Saúde, conforme anteriormente noticiado neste mesmo semanário.”
Estando à disposição para demais esclarecimentos
José Lourenço Cota
Secretário de Saúde”