[caption id="attachment_752" align="alignleft" width="249" caption="A belíssima cachoeira está sendo utilizada para uma prática inovadora: Casamentos!"][/caption] O Jornal Ponto Final lança a partir desta semana uma série especial sobre as beldades dos distritos marianenses. A cada mês, um distrito será visitado, e serão mostradas as principais belezas, naturais e culturais, além de personalidades marcantes do lugar, suas principais fontes de renda e dificuldades, como no turismo, no artesanato e no comércio. Nesta edição, visitamos o distrito de Cachoeira do Brumado. Localizado a 27 km da sede, é conhecido pela bela cachoeira, atração turística do local, pelos tradicionais botequins e mercearias, e pelo rico artesanato em pedra sabão, madeira, palha, sisal e bambu. O vereador José Jarbas Ramos, Nego (PTB), recebeu a nossa equipe em sua mercearia, Casa São José, ponto de encontro no povoado. Nego falou das particularidades do distrito, suas principais necessidades, de sua história política e dos pontos turísticos mais visitados. Nego conta que é nascido e criado em Cachoeira e possui a mercearia há 37 anos. “Sou de origens simples. Nunca tive dinheiro. Sempre trabalhei muito. Eu tinha 25 anos quando montei um botequim. Aos 30 já possuía um armazém. Construí muitas amizades com a minha mercearia”. O vereador expõe, também, como foi a sua iniciação política em Mariana. “Fui convidado a me candidatar a vereador pelo João Ramos em 1992 e tomei posse em 1993. Passado o primeiro mandato, percebi o quanto eu poderia fazer pelas pessoas. Desde então continuo trabalhando pelo distrito e pelo município como um todo. Já são cinco mandatos”. Para ele, o que Cachoeira do Brumado mais precisa no momento é de uma creche. “Todas as cidades devem evoluir. Tanto o homem quanto a mulher trabalham atualmente. As mães de família precisam de um local para deixar os seus filhos enquanto trabalham”. Um dos pontos turísticos mais recentes do distrito é o Cristo Redentor. De forma imponente, a estátua foi construída pela comunidade e está em sua fase final. Além de evidenciar a devoção dos habitantes, o Cristo terá o objetivo de fomentar o turismo local. Outra atividade forte de renda do distrito é o artesanato. Porém, essa prática pode estar ameaçada. De acordo com a presidente da Associação dos Artesãos e Produtores Caseiros de Cachoeira do Brumado – AACB, Cleuza Ulhôa, o artesanato local se encontra em fase crítica. “O artesanato está morrendo. Passamos muitas dificuldades atualmente. Lembro-me de uma época em que não dávamos conta de tantos pedidos e encomendas. Hoje enfraqueceu muito. Não possuímos apoio da sede, sequer para divulgação do nosso trabalho. A matéria-prima só encarece. O maior problema é o sisal que é importado da Bahia. Mantenho a associação somente para a retirada de notas fiscais, para ajudar os jovens artesãos locais”. O escultor em madeira Adão de Lourdes Cassiano está a 41 anos na profissão e faz peças que chegam a R$ 9 mil. “Faço todo tipo de esculturas. Animais, bancos, presépios de cúpulas. Utilizo como matéria-prima angico, cedro e vinhático. Sou aposentado e tenho o artesanato por hobbie”. Para Adão, a maior dificuldade enfrentada é no transporte da matéria-prima. A mais famosa beleza do local é a cachoeira. Com uma queda d’água de 14m e uma vasta piscina natural, o local é atrativo para turistas de todo o país e também do exterior. Ainda estão disponíveis aos turistas bares, restaurantes e pousadas com um excelente atendimento, comida e bebida de qualidade. Uma nova atividade está sendo desenvolvida, também no local. Às margens da Cachoeira do Brumado, são realizados casamentos. Digno de cenas de cinema e novelas, o agitar das águas dá o tom aos noivos, entregues ao matrimônio, ali mesmo, ao ar livre, local onde muitos cresceram e se divertiram por toda a vida. As pousadas ainda oferecem uma excelente opção para a lua-de-mel.