[caption id="attachment_568" align="alignleft" width="252" caption="Bambu fala de sua carreira e responde a críticas."][/caption] Em entrevista exclusiva ao Jornal Ponto Final, o vereador Geraldo Sales, Bambu (PDT), contou sobre sua vida política, suas decisões na Câmara Municipal e sua postura ética e moral no município, além de alguns temas polêmicos ocorridos em Mariana nos últimos tempos. Jornal Ponto Final - Há quanto tempo o senhor está na vereança? Bambu - Estou no meu terceiro mandato. Agradeço ao povo marianense por acreditar no agente político Bambu, me concedendo a oportunidade de poder representá-lo na Câmara Municipal. JPF – Uma ala política da cidade o considera polêmico. O senhor se vê assim? Bambu – Não tenho a pretensão de carregar este rotulo comigo. Acredito que alguns me consideram polêmico porque falo o que penso. Defendo minhas idéias e não abro mão das minhas convicções, sempre sustentando-as a partir da minha vivência política, que tem como principio básico o respeito e atenção que o cidadão marianense merece. JPF - Na ultima reunião da Câmara o Senhor criticou o Ministério Público. Porque? Bambu - Não houve nenhum critica quanto a atuação do Ministério Público de Mariana, apenas defendi, e sempre defenderei, a independência da Câmara. Não tenho dúvida que o Ministério Público é muito importante no regime democrático, mas quando um colega afirmou que o Ministério Público tinha dado parecer contrário a aprovação de um projeto que tramitava no Legislativo marianense, apenas, como legislador, me posicionei quanto à independência dos poderes constituídos, pois não compete ao Ministério Público dar parecer contrário ou favorável em proposições que tramitam na Câmara. JPF – A oposição criticou a aprovação de projetos, de iniciativa do Executivo, em única discussão e votação. Como o senhor avalia a postura da bancada de oposição? Bambu - A oposição esta fazendo o papel dela e entendo que isso é essencial para a democracia. Respeito a postura dos vereadores oposição, até porque os mesmos defenderam em palanques propostas diferentes das nossas. Compete a situação apoiar e defender os compromissos assumidos com a população marianense durante a campanha eleitoral em que saímos vitoriosos. Entretanto, não concordo com os mesmos quando questionam os prazos. Respeitamos o Regimento Interno, lembrando que a Casa nos dá condições para desempenharmos bem o nosso papel, como por exemplo; o assessoramento jurídico para votarmos com consciência, lembrando que na reunião extraordinária, que não é mais paga, a maioria dos projetos foram de simples remanejamentos de dotação orçamentária dentro das de algumas Secretarias. JPF - No ano passado o Senhor lutava para a realização do Congresso de Desenvolvimento Econômico. Porque ainda ele não foi realizado? Bambu - Este Congresso é importantíssimo para o município, pois é preciso pensar na cidade que queremos nos próximos 30 anos. Já estava marcado para o mês de março, infelizmente o momento de instabilidade política não nos permitiu a realização. Este importante momento de discussão foi adiado para o próximo ano. Um dos temas a ser debatido é a expansão urbana. A cidade cresceu muito nos últimos anos e esta expansão se deu com pouco ou sem nenhum planejamento, causando danos irreparáveis à nossa cidade. Não tenho dúvida que este assunto, no momento, é uma de nossas prioridades. Já conversamos com o prefeito Raimundo Horta e sugerimos o local onde deverá ser implantado um loteamento, que será disponibilizado, para compra, à população. Serão mais ou menos quatro mil lotes e mais uma área onde será destinada a construção de um Centro Comercial. Apresentamos o Projeto de Lei autorizando o prefeito a desapropriar a área e firmar um PPP (Parceria Pública Privada). Com certeza este projeto terá o apoio de todos os vereadores. JPF – Qual a sua opinião e avaliação sobre a realização da Expomariana deste ano? Bambu – Não vejo a exposição agropecuária de Mariana apenas como um momento de entretenimento devido a qualidade dos shows ali apresentados. Enxergo na exposição um momento impar do nosso produtor rural, que tem ali a oportunidade de apresentar seus produtos e animais. Este ano ela terá ainda mais um atrativo, pois os nossos produtores poderão realizar negócios durante o leilão que será promovido pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Neste leilão, os produtores poderão vender ou adquirir novas matrizes para seu rebanho, melhorando assim a genética de seus rebanhos. JPF – Como o senhor avalia a desistência do ex-prefeito Celso Cota em disputar uma vaga na Assembleia Legislativa de Minas, pois ele poderia ser enquadrado na Lei Ficha Limpa? Bambu – A Lei Ficha Limpa é um bom exemplo de iniciativa popular e foi muito importante para o Brasil, principalmente devido o momento político que atravessa o país. Já manifestei minha opinião sobre esta lei no plenário da Câmara. Tenho algumas restrições quanto ao texto final dela, pois a lei precisa enxergar e separar “erros” de “crimes”, como por exemplo: um equivoco ou até mesmo um deslize de um advogado em uma defesa pode condenar um inocente e lhe tirar o direito de ser candidato, assim, como aconteceu com o Celso. Neste caso especifico a lei também tirou o direito dos marianenses e dos eleitores da região de votarem em um candidato que já provou sua competência política e administrativa quando este esteve à frente da Prefeitura de Mariana, da Associação dos Municípios Mineiros (AMM) e da Ruralminas. Tenho certeza que ele seria um ótimo representante dos mineiros na Assembleia Legislativa de Minas. Quanto a sua desistência, achei sensata a decisão dele de não manter sua candidatura sob júri, como o que vai acontecer com muitos candidatos. Essa atitude de Celso demonstra o respeito que ele tem com o eleitor de Mariana e das outras cidades que o apoiava.