Na quinta-feira (11), por volta das 19 horas, a Polícia Militar foi acionada para atender uma ocorrência de briga entre vizinhos na rua Pitangui, no bairro Cabanas. O irmão da pessoa que acionou a polícia é guarda municipal de Mariana e também foi até o local.
Segundo o guarda municipal, quando a PM chegou ao local ele tentou avisar aos policiais que ele era da Guarda Municipal e que explicaria para os PMs o que estava ocorrendo. Ainda segundo o GM, um policial sacou uma arma e apontou para ele afirmando “aqui não é guarda, aqui é polícia”. Nisso, de acordo com o GM, o policial teria dito “se precisar atirar em você, eu atiro”. O GM conta que questionou o policial, “que isso? você tá ficando doido? Precisa disso não” teria dito o guarda. Após o GM responder, o policial teria dado voz de prisão.
O GM conta ainda que, após receber voz de prisão, acionou a Guarda Municipal para ir até o local. O guarda aguardava algemado quando outra viatura da PM, com outros dois policiais, teria chegado e um dos policiais teria afirmado “você está preso” e logo aplicado um mata-leão. O pai do guarda teria tentado intervir quando um policial desferiu um golpe de bastão, na segunda tentativa um irmão do guarda municipal teria empurrado o policial e abraçado o pai, quando o policial proferiu outro golpe e teria quebrado o braço do rapaz.
De acordo com o guarda, ao ser colocado no cofre da viatura, um outro PM que chegou ao local teria o reconhecido como guarda municipal. O PM teria retirado o GM da viatura e pedido que ele se acalmasse.
Versão da PM de Mariana
Em contato com o Tenente Thiago Mota, comandante da PM em Mariana, o mesmo afirmou que houve desacato por parte do guarda municipal com um dos policiais e que os ânimos se exaltaram. Segundo ele, o guarda teria afirmado que “não sairia de lá preso” e que a família do guarda teria partido pra cima dos policiais quando foi necessário o uso “da força moderada para contê-los”.
O tenente conta que o irmão do guarda teve o braço quebrado quando, ao ser contido, foi projetado ao chão por um policial e confirmou o fato de que o pai do guarda teve escoriações. Segundo o tenente, um policial está com o braço quebrado, outro com uma luxação no dedo e um terceiro com uma luxação no cotovelo, todos decorrentes da ação, “as próprias lesões nos policiais demonstram que foi necessário o uso da força no local” afirmou.
Posicionamento da Guarda Municipal
A Guarda Municipal enviou um ofício ao Jornal Ponto Final onde afirma que o fato ocorrido não se trata de desavença entre as corporações e que trata-se de um fato isolado e que será apurado por ambas instituições. Confira um trecho da nota:
“Diferente do que fora divulgado pelas Redes Sociais, a ocorrência não se trata de qualquer desavença entre as Corporações. O Guarda Civil Municipal estava de folga e sem uniforme, tendo intervido no fato, após ter sido chamado pela sua irmã, solicitante da ocorrência. Trata-se de um fato isolado que será devidamente apurado por ambas as instituições, o qual não deve interferir nas atividades profissionais e serviço de nossos munícipes” .
A nota completa você confere em nosso site: www.jornalpontofinal.com.br
Resultado
Todos os envolvidos foram levados para a Delegacia de Polícia de Ouro Preto e liberados após a assinatura do Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).
A Secretaria Municipal de Defesa Social encaminhou a ocorrência para a Corregedoria da Guarda Civil Municipal determinando a instauração de uma Sindicância Administrativa para que seja apurado e tomada as providências subsequentes.
O Tenente Thiago Mota afirmou que a Polícia Militar é uma instituição transparente e que qualquer pessoa pode procurar o comando da PM em Mariana caso tenha achado a atuação dos policiais irregular e que caso seja necessário será instaurada uma apuração.