De acordo com a Polícia Civil, o executor, posteriormente identificado como Carlos Roberto Morais, 23 anos, adentrou à fazenda no início da manhã da data do ocorrido e anunciou o roubo. Estavam na casa, a esposa da vítima, seus dois filhos de nove e dois anos de idade, além de um irmão da vítima com necessidades especiais. Do lado de fora da fazenda, durante a ação delituosa, teria chegado atrasado para prestar seus serviços na fazenda, o sobrinho de Onésio, Wander Lúcio Maia Moreira, 34 anos, que estava ajudando seu tio devido à impossibilidade do mesmo nas atividades da fazenda, pois havia quebrado o braço recentemente. Wander estaria inclusive morando junto do tio, mas nos dias antecedentes ao crime, voltou a dormir na casa de seus pais que fica cerca de cem metros da Fazenda Gana.
Segundo relatos da esposa da vítima, ao invadir a casa o autor exigiu quantias em dinheiro e teria obtido na prática do ilícito cerca de R$2.000,00. Antes da fuga com o produto do crime, o autor tentou roubar a motocicleta da vítima que não funcionou.
Assim, conforme a Polícia Civil, o autor retornou em direção à residência e efetuou três disparos contra a vítima à queima roupa, porém, antes da execução sumária teria dito que na realidade havia ido ao local não para roubar, mas para “buscar a alma” de Onésio, evidenciando que estava ali somente para matá-lo. No dia da morte da vítima, uma Equipe de Investigadores esteve no local a mesma relatou uma grande dificuldade em colaboração por parte de Wander Lúcio, em prestar informações. Após vários levantamentos na tentativa de identificar Carlos, segundo a Polícia Civil, o executor do crime não conhecia totalmente o local onde se deram as suas ações, tendo ele inclusive ficado perdido e sem transporte em meio à zona rural, fato que possibilitou aos investigadores, refazer o caminho percorrido pelo autor em meio às propriedades da região.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, foi possível levantar as descrições físicas do investigado e suas vestimentas, tatuagens, e demais características, as quais deram a certeza de que Carlos Roberto de Morais era o autor do delito. Desde a ação do crime, o executor não foi mais visto por seus vizinhos e nem por seus familiares, que chegaram a registrar ocorrência de desaparecimento do autor, que se encontra desaparecido até o fechamento desta edição.
Segundo informações, o investigado demonstrava necessidades financeiras e teve acesso a informações privilegiadas sobre a fazenda antes de suas ações, desse modo, as pessoas que trabalharam na fazenda, antigos funcionários e atuais, bem como familiares também foram investigados. As únicas informações obtidas, de acordo com a Polícia a Civil, eram rumores a respeito do envolvimento de Wander Lúcio, no crime.
A Polícia Civil informou que foram necessários criteriosos trabalhos de inteligência que forneceram elementos para vincular troca de ligações telefônicas entre Wander Lúcio, sobrinho de Onésio, e o executor Carlos Roberto. As ligações demonstraram que os suspeitos mantiveram diversos contatos telefônicos, sobretudo poucas horas após o crime no dia 11 de janeiro deste ano. Wander, até então, é a última pessoa a ter tido contato com o executor do crime antes de seu desaparecimento.
Logo, diante das evidências, de acordo com a Polícia Civil, ficou demonstrada a participação de Wander Lúcio no crime, motivo que ensejou em desfavor do investigado a expedição de mandado de prisão preventiva e seu cumprimento na data de 24 de setembro de 2018 pelos Investigadores da Delegacia de Polícia Civil de Mariana.
A Polícia Civil afirma que encontra-se em tramitação, investigações complementares sobre novos fatos angariados, e o autor está à disposição da Justiça local para os devidos andamentos sobre o caso.