Da redação
A vereadora Daniely Alves (PR) leu, na reunião ordinária realizada na última segunda-feira (18), um manifesto contra a atitude do presidente da Casa, Fernando Sampaio (PRB), de limitar em cinco minutos o tempo de fala dos parlamentares durante a visita do prefeito Duarte Junior (PPS), ocorrida no último dia 11. O documento foi assinado por ela e pelos vereadores Bruno Mól (PMDB), Jarbas Ramos (PTB) e Marcelo Macedo (PSDB).
O manifesto afirma que a voz dos parlamentares foi cassada, "numa ação arbitrária e radical, em desrespeito à história democrática que deve ser baliza às ações das mesas diretoras da primeira Casa Legislativa" do estado. Ele também salienta que é necessário recuperar, no Legislativo, a capacidade de diálogo, para que seja reestabelecida a "harmonia para os encaminhamentos respeitosos de matérias polêmicas".
Bruno Mól afirmou que conhece bem o regimento da Casa e que houve um “cerceamento antidemocrático e autoritário” por parte de Fernando Sampaio. “Se o regimento é usado para calar os vereadores, então ele deve ser revisado. Regimentalmente, a decisão estava certa. Democraticamente, não”, criticou o vereador. Ele ainda se disse indignado com o ocorrido e destacou que havia levado números que iriam contradizer o prefeito, sem citar de que se tratam exatamente os números.
João Bosco (PP) criticou o manifesto e o chamou de “injusto”. Daniely disse que falta ao vereador sensibilidade e lembrou que, diferentemente da bancada de situação, a oposição não se reúne semanalmente com o prefeito.
O presidente da Casa rebateu as acusações e afirmou que os vereadores estão tentando jogar a culpa sobre ele. Além disso, disse que alguns vereadores não tiveram coragem de questionar o prefeito frente à frente. Juliano Gonçalves (PPS) defendeu Sampaio e afirmou que um atentado à democracia acontece quando as leis são desrespeitadas. “É claro que o prefeito teria mais tempo de fala, todas as perguntas foram dirigidas a ele”, disse. Ronaldo Bento (PSB) fez coro a Juliano e afirmou que “lei não se discute, mas se cumpre”.