O prefeito de Mariana, Duarte Junior "Du" (PPS) anunciou nesta terça-feira (18) a demissão em massa de até 400 funcionários. Os cortes serão em função da grave crise que assola o município desde a tragédia do rompimento da barragem de Fundão, em novembro de 2015, que matou 19 pessoas, provocou o maior desastre ambiental do Brasil e interrompeu a operação da Samarco, principal fonte de receitas do município.
As demissões deverão atingir, neste momento, os cargos comissionados. A medida é necessária para ajustar a máquina que está inchada. Segundo os dados apresentados pelo prefeito, atualmente o custo da folha de pessoal é de 53,9%, no limite dos 54% da receita previsto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O município tem 4 mil servidores, sendo 2,3 mil efetivos e uma folha de R$ 11 milhões.
As medidas anunciadas nesta terça-feira (18) durante a coletiva para a imprensa regional haviam sido antecipadas pelo PONTO FINAL na entrevista com prefeito Duarte Júnior (PPS), publicada há 15 dias. “Haverá atitudes para diminuir despesas, entre elas redução no número pessoal. Só posso garantir uma coisa: o município não quebra na minha mão. Qualquer atitude que eu precisar tomar, tomarei e manterei os serviços essenciais”, disse o prefeito.
Nesta terça-feira, ao lado do vice-prefeito Newton Godoy, o prefeito reclamou da perda de R$ 34 milhões do Orçamento desde a tragédia e disse não ter recebido repasses dos governos estadual e federal, prometidos para enfrentar a perda de receitas. Segundo balanço da prefeitura, a arrecadação caiu de R$ 278 milhões em 2015, para R$ 244 milhões, que é a previsão deste ano, o que representa uma queda 12%.
Com as demissões, a prefeitura pretende economizar R$ 3,1 milhões. Outros R$ 1,9 milhão de economia serão com o corte de gratificações e de horas extras. A prefeitura espera chegar a R$ 25 milhões em cortes, com revisão dos contratos de transporte e de aluguéis.
Nesta quarta-feira (19) a partir das 17h, o prefeito estará na Rádio Mariana para avaliar os primeiros meses a frente da administração municipal. Ele deverá voltar a tratar das demissões e cortes de gastos.