Da Redação
Continuam presos os dois irmãos suspeitos de serem os "maníacos da gruta" e terem estuprado e matado duas mulheres, de 34 e 47 anos, no distrito de Antônio Pereira. O crime chocou o pequeno distrito de Ouro Preto. Na quinta-feira (12), a Polícia Civil de Minas Gerais prendeu, preventivamente, Leonardo Henrique da Silva, de 26 anos, principal suspeito da mortes.
Quinze dias antes, policiais já haviam cumprido mandado de prisão preventiva contra Marco Aurélio da Silva, 28 anos, também acusado de envolvimento nos crimes, ocorridos em outubro de 2016.
Os irmãos foram encaminhados ao sistema prisional e estão à disposição da Justiça.
Segundo a Polícia Civil, Leonardo teria iniciado uma atividade criminosa em série com o auxílio de Marco Antônio. Diante disso, a autoridade policial representou pela prisão dos suspeitos junto ao Judiciário e Ministério Público. Diversas atividades foram realizadas até a captura da dupla, incluindo trabalho de campo e ferramentas de inteligência, com participação de policiais civis de Ouro Preto e Itabirito.
“As ações da Policia Civil visaram, principalmente, evitar, novos crimes. Ficamos atentos e realizamos diligências até nos finais de semana e feriados”, assinala o delegado regional, Rodrigo Bustamante.
Para se chegar a Leonardo, que passou a ser chamado por populares como o “maníaco da gruta”, a delegada Adriana Pereira explica que foi feita uma intensa investigação junto à população da região.
“Na data da captura, recebemos a informação de que o investigado estaria viajando a pé pela rodovia BR-356, em Itabirito. De imediato, a mensagem foi repassada à equipe da delegacia local, que obteve êxito na localização de Leonardo”, conta a delegada ao ressaltar a importância do trabalho integrado dos policiais dos dois municípios. Já Marco Aurélio foi preso em Antônio Pereira.
Sobre o caso
Os crimes em Antônio Pereira aconteceram em outubro de 2016. Dois corpos de mulheres com sinais de violência foram encontrados no distrito, um no dia 23, e outro no dia seguinte, dia 24. Conforme a Polícia Civil, a primeira vítima encontrada foi o corpo de Ingred Michelle Rosa, de 34 anos, estava desaparecida havia 11 dias. O corpo dela foi encontrado por investigadores e militares do Corpo de Bombeiros que faziam buscas por outra mulher, a zeladora Caetana Aparecida Felipe Melchiades, de 47 anos.
Caetana Aparecida estava desaparecida havia dois dias. Segundo a polícia, ao realizar buscas na região da Gruta da Lapa, os policias encontraram o corpo de Ingred Michelle enterrado em uma cova rasa. O de Caetana estava a poucos metros de distância, porém não estava sepultado. Nos dois casos, as vítimas estavam nuas e com todos os pertences próximos aos corpos. Ainda de acordo com a polícia, dois inquéritos foram abertos para investigar os casos.
A delegada explica que o assassinato da segunda vítima está relacionado à primeira, e seria uma queima de arquivo para ocultar a morte de Ingred. Ela completa que os suspeitos não confessaram autoria, mas as apurações da Polícia Civil indicam que nos dois casos foi empregada a mesma forma de abordagem violenta. “No laudo de necropsia da primeira mulher, devido ao avançado estado de decomposição, não foi possível constatar sinais, mas no laudo preliminar da segunda, é possível identificar lesões típicas de tortura e de violência sexual”, observa.
Suspeita de autoria
Leonardo Henrique chegou a ser conduzido à delegacia pela Polícia Militar dois dias após a localização do corpo de Caetana, porém não havia elementos para ratificar a prisão. A delegada informa que aguarda o laudo conclusivo de necropsia da segunda mulher e que também serão ouvidas novas testemunhas para finalizar o inquérito e encaminhá-lo à Justiça. Os dois suspeitos possuem antecedentes criminais por tráfico de drogas, sendo que Leonardo também já foi preso por estupro em 2009, permanecendo no presídio até junho de 2016, quatro meses antes dos novos casos.