Aconteceu na última segunda-feira, 01/02, em reunião da câmara dos vereadores a votação sobre uma denuncia do presidente do Sindicato dos Servidores de Mariana, Francisco de Assis de Souza, sobre o reajuste salarial vetado pelo Prefeito Duarte Junior, juntamente com o suposto pedido de cassação de seu mandato. Todos os vereadores reagiram contrários à proposta alegando que uma eventual troca de prefeito na cidade de Mariana só causaria mais transtorno para a população. É o que afirmou o vereador Fernando Sampaio (PRB) “Não é hora de fazer mudanças, até pelo momento de crise em que a cidade está vivendo”.
Em entrevista à Rádio João Animal, o presidente do SINDSERVMARIANA, Francisco de Assis de Souza, conhecido como Chico, faz duras críticas à câmara dos vereadores. Bastante exaltado ele afirmou que os vereadores estavam com preguiça de ler o documento e que em momento nenhum pediu a cassação do mandato do prefeito Duarte Junior. A equipe do Jornal Ponto Final que estava presente na reunião da Câmara Municipal registrou que no momento em que o vereador Cristiano Villas Boas (PT), leu o documento para os presentes, poucos vereadores se mantiveram em seu local, e só retornaram após o término da leitura. Chico diz que o pedido em sua carta foi o cumprimento da constituição e que os vereadores deveriam fazer com que a lei seja cumprida. “Não quero tirar prefeito nenhum, eu quero é que a lei seja cumprida” afirma.
A prefeitura de Mariana esclarece que caso a mineradora Samarco mantenha o repasse de quando operava anteriormente ao desastre do rompimento da barragem de Fundão, que era entre R$ 3 milhões a R$ 4 milhões, é possível oferecer este reajuste. Porém, a expectativa é que a partir de março, com a paralização das atividades da Samarco, este repassa não seja efetuado, impossibilitando qualquer tipo de reajuste para os servidores.
O mês de janeiro de 2016 a prefeitura obteve uma arrecadação de R$ 27 milhões, valor bem superior ao arrecadamento mensal divulgado por Duarte Junior à imprensa, em torno de R$ 19 milhões. O município deixa claro que o valor arrecadado no mês de janeiro é atípico, ele se deve pelo pagamento da penúltima parcela da Samarco referente à diferença de repasse no exercício em 2013, no valor de R$ 4,2 milhões. Além do IPVA, R$ 2,6 milhões, referente a 40% do valor arrecadado que obrigatoriamente permanece no município, e por último a arrecadação acima da média do ISSQN (Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza) que foi de R$ 400,00 mil, devido ao aquecimento do mercado entre os meses de novembro e dezembro de 2015.