Flávio Ribeiro
Mariana/MG
Newton Godoy é secretário de Obras da Prefeitura de Mariana e compareceu à Câmara da cidade na segunda-feira (14) para explicar sobre as obras em andamento no município. Em entrevista ao Ponto Final, Godoy admitiu que não há dinheiro sobrando para a pasta de Obras, mas negou que o caixa esteja zerado. De acordo com ele, a secretaria citada continuará recebendo recursos.
Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista concedida ao Ponto Final.
Ponto Final – O senhor citou que “é sempre possível fazer diferente” em se tratando da UPA (Unidade de Pronto Atendimento). O que isso quer dizer?
Newton Godoy - Não somente da UPA, falei de uma forma geral. Você pode fazer projetos que tenham determinados tipos de acabamentos, de concepção arquitetônica. Então, é tentar ajustar a realidade que a gente tem com a necessidade que a construção precisa ter. Não entrei no mérito da UPA, não me cabe discutir isso agora. Não fui eu que licitei. Eu poderia fazer aquela mesma construção com acabamentos diferentes, e seria uma outra obra. Ou mais cara, ou mais barata.
Se o senhor estivesse à frente da licitação da UPA à época, adotaria o mesmo modelo de construção?
Talvez sim.
Qual seria o ponto forte desse atual modelo de construção da UPA?
Rapidez. Uma estrutura metálica, que você faz de forma rápida a execução das estruturas. Não tenho nada contra, muito pelo contrário, já fiz várias obras metálicas também. Já fiz em concreto, em pré-moldado. Acho que cabem todos os tipos de estruturas, dependendo da motivação que você tem para cada solução.
E qual a desvantagem?
[Pausa] Não vejo nenhuma desvantagem do que está lá. É uma questão de opção. É, inclusive, subjetivo. Quando você projeta alguma coisa está muito ligada à arte, à inteligência de quem está fazendo. É difícil a gente se posicionar nessa hora, porque não dá para falar que está certo ou está errado. Atende ao que foi preciso. O problema que nós estamos discutindo é o valor financeiro para fazer aquilo que está lá.
Sobre esse valor financeiro, o senhor citou que a Secretaria de Saúde tem que tirar verba de outros locais e, talvez, paralisar obras para terminar outras.
Sim, porque o orçamento hoje é menor do que era antes. Precisamos fazer as mesmas coisas com menos. Tem que mudar o fluxo.
Quando o senhor entrou na secretaria não tinha dinheiro disponível, apenas o que já havia para ser pago. Isso quer dizer que a pasta está zerada para novas projeções?
Não, a secretaria vai continuar recebendo recursos. Só que ela tem custos.
Mas a secretaria possui algum dinheiro sobrando?
Sobrando não.
Toda a verba já está destinada para pagar as obras em andamento então?
Inclusive essa obra [da UPA] se ela for dada como prioridade. Só que se eu colocar [verba] nela, pode faltar em uma outra. E se eu tirar da outra, aquela também não anda. Então, a que estiver mais próxima do fim é melhor que você termine, que aí já põe em funcionamento e depois volta naquela que paralisou.
Atualmente, qual obra mais onera da secretaria?
A obra de maior porte é essa [construção da UPA]. Ela tem um custo de R$ 18 milhões aproximadamente. Tem 18% de aporte do Governo [Federal] e o restante é do município.
Alguma obra deve ser cancelada?
Até hoje nós não temos nenhuma definição sobre cancelamento de nenhuma obra não. Só a prioridade é que muda um pouco, para a gente distribuir o dinheiro que está entrando em menor quantidade.