Flávio Ribeiro
Antônio Pereira/MG
Localizado no Ciclo do Ouro, a comunidade de Antônio Pereira (a 13 km de Mariana) vive sobre um lugar que guarda entre as montanhas a arquitetura formada pela natureza e a riqueza das pedras preciosas de Topázio. Ainda fora das principais rotas turísticas mineiras, esse distrito de Ouro Preto possui as portas abertas para os apreciadores da natureza.
Como uma espécie de descoberta geográfica, Antônio Pereira possui como um de seus destaques as montanhas a sua volta.
Para os visitantes que desejam conhecer melhor as características da região, a principal escolha é visitar a Gruta da Lapa. No local várias rochas contornam a entrada da gruta, que abriga uma pequena capelinha regida por Nossa Senhora da Lapa e ainda esconde em uma das paredes a imagem do que seria a santa, segundo os moradores.
Na área externa, uma área verde cercada por árvores altas traz a máxima da tranquilidade. Quando em silêncio, o local pode ser considerado um ponto de refúgio na parte alta do distrito. A gruta é reconhecida como um patrimônio histórico regional e possui uma festa comemorativa a cada dia 15 de agosto.
A pouco minutos de distância, as encostas das montanhas dão lugar ao campo de extração de pedras preciosas. As crateras de terra são o local de surgimento do topázio imperial, um tipo de riqueza material encontrada na região.
Há muito tempo praticando a atividade de extração, o aposentado Pedro da Cunha, 61, diz que os preços do topázio imperial variam de acordo com o tamanho e a cor. Segundo ele, as pedras menores são comercializadas por um valor de R$ 50.
Desenvolvimento local
A atividade de extração realizada por alguns moradores de Antônio Pereira também faz parte do principal trabalho que movimenta a área do distrito. De acordo com Ângela Campos, 33, o lava-jato em que sua família é proprietária foi criado para atender a demanda das mineradoras, como a Samarco, que possui atuação na região.
Para Ângela, a rodovia que corta Antônio Pereira melhorou a situação para os comerciantes e foi uma das motivadoras do desenvolvimento no local que, segundo ela, há oito anos “era um outro lugar”.
Dono do lava-jato, José Maurício Campos viu uma oportunidade em um ambiente que era, e ainda é, carente de atenção. Para o empresário, se houvesse maior investimento por parte do poder público, qualquer comércio do distrito se elevaria. A opinião é compartilhada também por Maria de Carvalho Ferreira, 78, que vive próxima a igreja de Nossa Senhora da Conceição.
Após ser queimada, a igreja se tornou em ruínas e restou apenas as paredes. Dentro dela um cemitério sobrevive. Apesar do interessante conjunto arquitetônico histórico, não há qualquer referência para os turistas.
*Confira a reportagem "De caminhoneiro a dono de restaurante, um morador que deseja alavancar um distrito".