Flávio Ribeiro
Mariana/MG
Um requerimento que pretendia cobrar a Transcotta sobre não cumprir a lei da gratuidade no transporte acabou em discussão na segunda-feira (11). Durante sessão na Câmara de Mariana, vereadores da bancada de situação e da oposição discutiram entre si. O presidente da Casa chegou a se irritar e alegou não entender porque defendem tanto a empresa.
A confusão no plenário começou quando o vereador Juliano Duarte (PPS) solicitava que a empresa comparecesse a Casa para explicar o descumprimento de uma lei, que determina a gratuidade da passagem para pessoas acima de 60 anos.
Segundo Duarte, um usuário o procurou denunciando um tratamento ríspido dado a um senhor de idade pela trocadora ao cobrar pelo passe, que deveria ser livre.
Com ambas as bancadas criticando a atuação da empresa de transportes em relação a lei, o parlamentar Pedro do Eldorado (PR) culpou o Ministério Público pelos problemas. “Isso tudo é por causa da falta do processo licitatório. Quando estava tudo bem, arrumaram uma forma de interromper o processo”, disse.
O vereador da situação citou também que a suspensão tem como base uma perseguição política, e ainda acusou o oposicionista Cristiano Villas Boas (PT) de estar envolvido nas denúncias que motivaram o embargo da licitação.
Reprovando defesas feitas em nome da empresa, o presidente da Câmara, Tenente Freitas (PHS), se irritou e fez duras críticas ao transporte coletivo. “Eu não sei por que defendem tanto essa empresa aqui. Porque é uma empresa que há muito tempo não tem feito nada pra poder receber da nossa parte um motivo de aplaudir, de falar que ela merece. Ela tem reclamações, e muitas.”, condenou Freitas.
Após criar a polêmica, Eldorado sugeriu que a presidência da Casa questionasse o MP para descobrir quem realmente apontou irregularidades na licitação do transporte. A ideia foi acatada pelo parlamentar petista, que alegou desconhecer envolvimento no caso.
A licitação
Em fevereiro deste ano, a promotoria de Mariana recomendou que a Transcotta fosse excluída do certame de transporte público municipal, sob argumentação de que havia restrições sobre a concorrência e a empresa poderia ser favorecida na escolha final. A suspensão ocorreu sem previsão para retorno da atividade licitatória.
A empresa
Questionada pela redação do Ponto Final sobre as citações dos vereadores a respeito da agência, a Transcotta não respondeu até o fechamento da reportagem.