A presidente Dilma Rousseff (PT) foi reeleita, neste domingo, na disputa mais apertada desde a redemocratização do país. A diferença entre a presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) e o candidato derrotado Aécio Neves (PSDB) foi de apenas 3,26 pontos percentuais, aproximadamente 3,5 milhões de votos. A petista venceu com 51,64% dos votos válidos, ou quase 54,5 milhões de votos. Já o tucano conseguiu 48,36%, pouco mais de 51 milhões de votos. A abstenção atingiu 21,1%, o que corresponde a 30.137.165 votos. Apesar de Aécio não ter vencido, o resultado deu ao PSDB a maior votação na história do partido.
Desde que a reeleição foi instituída, todos os presidentes se reelegeram. Foram os casos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Trata-se do quarto mandato seguido do PT, que governa o país desde 2003.
Dos maiores colégios eleitorais, Dilma Rousseff perdeu em São Paulo, mas ganhou em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia. Ela foi vitoriosa em todos os Estados do Nordeste e na maioria das unidades da Federação do Norte do país. Já Aécio foi unanimidade no Sul e Centro-Oeste. A presidente terá que administrar um país dividido entre os adeptos de seu projeto e aqueles que o desaprovam e engrossam o chamado “antipetismo”, fundamentado na crítica à corrupção e principal bandeira do candidato derrotado Aécio Neves.
O resultado da eleição, apesar da divisão do eleitorado, não chega a ser preocupante para a reeleita, apesar de exigir mais esforço do que o empregado por ela neste mandato. Dos 27 Estados brasileiros, 15 serão governados por aliados de Dilma Rousseff, outros dois se mantêm neutros, e o restante está na condição de oposição. Ela terá em São Paulo, um governo de oposição, e, em Minas Gerais, uma gestão parceira, com o petista Fernando Pimentel.
No Congresso Nacional, dos 513 parlamentares, 302 estão alinhados com a presidente Dilma, o que garante maioria, mas não assegura tranquilidade. Ela ainda terá que enfrentar Aécio Neves e seu grupo de apoio no Senado, casa em que a oposição deverá ser mais ferrenha. Assim, a petista terá que exercitar a capacidade de negociação de forma mais acentuada do que tem feito até agora.
Neste domingo, em seu discurso, Dilma falou na união do povo e disse não acreditar em divisão. Ela ainda prometeu vencer a corrupção e fazer a reforma política por meio de consulta popular.
A economia será o principal desafio do segundo mandato da presidente. O controle da inflação e a ampliação do nível de empregos são as principais demandas. O baixo crescimento que o país registra até o momento é o principal obstáculo para o cumprimento da promessa. A recuperação da imagem da Petrobras também será um desafio. A estatal foi alvo de denúncias de desvios de recursos.
Do ponto de vista social, a melhoria da qualidade da saúde e educação é a principal tarefa colocada para a petista, que assegurou que o setor será prioritário em sua administração. A ampliação do Bolsa Família e de outros programas sociais do governo federal também foi um comprometimento de Dilma.
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