O Comitê Brasileiro do Programa Memórias do Mundo (Mow Brasil), da Unesco, selecionou dez candidaturas das vinte e nove inscritas no Registro Nacional do Programa Memória do Mundo da UNESCO, sendo inscritos bens nacionais de patrimônio arquivístico e bibliográfico.
Entre os selecionados encontra-se "Os inventários post-mortem do Cartório do Primeiro Ofício do Arquivo Histórico da Casa Setecentista de Mariana (AHCSM)". O Acervo é composto de 3098 documentos produzidos entre 1713 a 1920, e é custodiado pelo IPHAN desde 1948. Em seu conteúdo há registros, entre outros movimentos, da Inconfidência Mineira, da Independência do Brasil, da Abolição da escravidão e da Proclamação da República. Devido a sua relevância, enquanto "lugar de memória" da nação, Mariana foi reconhecida como Monumento Nacional em 1945 e o "precioso acervo documental" marianense, nas palavras do primeiro diretor do IPHAN, Rodrigo Melo Franco de Andrade, foi uma das justificativas apresentadas para a concessão do Título.
O registro junto ao programa tem como objetivo promover o reconhecimento e acesso de patrimônios em território nacional que sejam de relevância para a memória coletiva da sociedade brasileira.
As propostas inscritas foram de bens textuais (manuscritos ou impressos), audiovisuais (filmes, vídeos e registros sonoros), iconográficos (fotografias, gravuras e desenhos) ou cartográficos, em suportes convencionais ou digitais.
Mow Brasil
O Comitê Nacional do Brasil da Memória do Mundo da UNESCO foi criado no âmbito do Ministério da Cultura pela portaria MinC n. 259, de 2/9/2004. O texto definia como seu principal objetivo "[...] assegurar a preservação das coleções documentais de importância mundial, por meio de seu registro na lista do patrimônio documental da humanidade, democratizar o seu acesso e criar a consciência sobre a sua importância e a necessidade de preservá- lo".