O grau de imunização contra a Covid entre vacinados com AstraZeneca varia conforme a faixa etária. Essa é uma das conclusões do estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, que avalia o grau de efetividade do imunizante entre as pessoas que tomaram apenas uma dose.
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A pesquisa verificou que a primeira aplicação oferece, após 21 dias, 42,4% de proteção contra casos sintomáticos, em um cenário em que as variantes Gama e Delta eram predominantes. Mas esse percentual varia conforme a idade de quem recebeu a vacina. Enquanto na população abaixo de 35 anos a efetividade foi de 57,5%, na população acima de 35 anos ela foi de 34,8%. Os números mostram a importância de se completar o esquema vacinal para garantir uma melhor imunidade ao coronavírus.
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A partir de dados colhidos entre janeiro e setembro, o estudo verificou ainda que a proteção aumenta ao longo do tempo, a partir de 40 dias. A efetividade chega a 58,9%, considerando todas as faixas etárias acima de 18 anos, entre os dias 42 e 55 após a primeira dose e passa a cair depois disso. Isso mostra que é fundamental a aplicação da segunda dose para uma imunização mais efetiva.
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Segundo a Fiocruz, o objetivo principal do estudo foi verificar a efetividade da vacina em uma população que sofre com a vulnerabilidade social, com uma realidade diferente dos países onde as principais pesquisas sobre imunizantes são realizadas.
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Além de avaliar a efetividade da vacina realizando testes em moradores sintomáticos e assintomáticos para a Covid, a Fiocruz também realizou uma grande mobilização no Complexo da Maré para uma ampla vacinação. O bairro chegou a contar com 140 pontos de vacinação em julho. Quase 100% dos adultos da comunidade tomaram a primeira dose e 88% retornaram para a segunda aplicação. De acordo com a Fiocruz, haverá busca ativa e trabalho de comunicação para atingir aqueles que estão com a segunda dose atrasada.
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