Apesar das mudanças climáticas extremas que atingiram as lavouras de café em Minas Gerais, com os produtores tendo que lidar com prejuízos diante da forte seca no ano passado e das geadas severas neste ano, o Estado foi responsável pela colheita de 21,45 milhões de sacas de café em 2021, o equivalente a 46% da safra em todo o país. Os dados são da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e mostram que o café do tipo arábica responde por 99% do montante produzido em Minas.
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Um levantamento realizado pela Empresa de Assistência Técnica de Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) aponta que cerca de 9,5 mil produtores de café foram prejudicados pelas severas geadas ocorridas em julho. Segundo o assessor técnico especial do café da Seapa, Julian Silva Carvalho, as intempéries climáticas, aliadas ao ciclo de bienalidade negativa do café ocasionaram uma redução de 38,09% na safra de 2021 em relação à de 2020, quando houve recorde histórico de colheita no Estado, com 34,65 milhões de sacas.
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“Essa redução é praticamente igual a uma safra da Colômbia, que produz entre 10 e 20 milhões de sacas de café. Hoje, o setor ainda está apreensivo para a safra de 2022, vendo como o mercado internacional do café e o vingamento da florada em Minas vai transcorrer. É um cenário incerto e os desafios para o próximo ano são a recuperação das lavouras, a manutenção da qualidade dos nossos cafés, e esperar que não ocorra nenhuma intempérie climática, que realmente venha a atrapalhar a nossa produção” diz.
Julian também ressalta que o produtor mineiro é muito competente em produzir tanto em quantidade, quanto em alta qualidade os seus grãos. “Se Minas Gerais fosse um país, seria o maior produtor de café do mundo. Então, a nossa expectativa é que tudo agora transcorra bem e que possamos colher melhores frutos nos próximos anos”, afirma.
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