Só neste ano, a aposentada Benedita Miranda, 68, já teve quatro empréstimos não solicitados descontados em sua aposentadoria. Foram quase R$ 6.000 de prejuízo, ligações e muita dor de cabeça para tentar resolver o problema e que, no fim das contas, não adiantaram muita coisa. Depois de passar mal e ir ao médico com a pressão alta ao ver o nome sujo, hoje, a dona de casa continua pagando uma parcela de R$ 300 de um empréstimo que jamais pediu e convive ainda com as ligações constantes dos telemarketings.
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Assim como Benedita, o número de consumidores surpreendidos com empréstimos consignados tem crescido exponencialmente em todo o país. De acordo com a Secretária Nacional do Consumidor, o número de reclamações sobre o assunto no país aumentou 147% nos últimos dois anos. Nos últimos nove meses, as reclamações apresentaram alta de 79,2% na comparação com o mesmo período de 2020, quando 54.701 queixas foram registradas nos Procons de todo o Brasil.
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O advogado especialista em direito do consumidor Felipe Salomão afirma que qualquer pessoa que for lesada tem o direito de acionar o Poder Judiciário e solicitar que aquele contrato seja declarado inexistente e os valores descontados sejam devolvidos em dobro. “O consumidor pode também requerer uma indenização por danos morais, afinal de contas é uma conduta abusiva e criminosa dos bancos. A pessoa que foi lesada tem até cinco anos para acionar a Justiça, só que nós orientamos que isso seja feito de forma imediata, até mesmo para demonstrar a sua boa-fé”, ressalta.
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