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Aumento de morcegos com vírus da raiva preocupa autoridades e especialistas 

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A raiva, transmitida de animais para humanos, é extremamente perigosa e tem poucos casos de sobreviventes.

Nos sete primeiros meses deste ano, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) diagnosticou quinze morcegos com o vírus da raiva na capital mineira, igualando o número total de diagnósticos registrados ao longo de 2023. A situação acendeu um alerta, pois a presença de mais animais infectados eleva a probabilidade de exposição dos moradores à enfermidade, cuja letalidade é de aproximadamente 100%. 

Em março deste ano, após a confirmação de três casos de morcegos com raiva, a PBH realizou ações de bloqueio sanitário em duas regionais – Pampulha e Leste – vacinando cães e gatos de porta em porta para evitar a propagação do vírus. “A raiva é uma doença grave, séria, que mata rapidamente. É sempre um alerta o fato de ter o vírus circulando. Os morcegos não necessariamente têm algum sintoma, mas transmitem a enfermidade para os seres humanos em caso de mordedura ou manipulação”, explica o infectologista Leandro Curi. 

Segundo os dados da PBH, o vírus da raiva já está espalhado por diversas áreas da cidade. Neste ano, foram encontrados morcegos diagnosticados com raiva nas regiões Centro-Sul, Leste, Nordeste, Noroeste, Pampulha e Venda Nova. O infectologista Carlos Starling enfatiza que, com o aumento no número de animais infectados, o risco de contaminação em humanos também aumenta. 

Starling reforça a importância de vacinar cães e gatos contra a raiva. Além disso, ele destaca a necessidade de a população evitar manipular morcegos e, em vez disso, entrar em contato com a Zoonoses. “A raiva é uma doença letal, e é preciso tomar todos os cuidados”, afirma. 

Curi complementa que, em caso de contato mínimo com um morcego ou mordida de cão ou gato sem histórico vacinal conhecido, é essencial buscar atendimento médico rapidamente. Ele alerta que a raiva, transmitida de animais para humanos, é extremamente perigosa e tem poucos casos de sobreviventes, que geralmente sofrem sequelas neurológicas gravíssimas. 

O diretor de Promoção à Saúde e Vigilância Epidemiológica da PBH, Paulo Roberto Corrêa, sugere que o aumento no número de morcegos diagnosticados com raiva pode ser resultado de uma maior conscientização da população sobre a importância de relatar morcegos mortos à Zoonoses. “Como a sociedade fica mais sensível a isso, testa-se mais animais. É importante que a população continue nos comunicando”, disse. 

Em nota, a PBH informou que mantém a vigilância contínua sobre a circulação do vírus da raiva. “Os Agentes de Combate a Endemias (ACE) são responsáveis por repassar orientações para a população quanto às medidas de prevenção da doença. Também é realizada ação de bloqueio vacinal em animais domésticos (cães e gatos) quando há suspeita ou confirmação de animal positivo para a doença”, afirma a Prefeitura. 

A PBH oferece vacina contra a raiva para cães e gatos nos locais e horários estabelecidos. A vacina é aplicada em animais a partir de três meses de idade, sejam eles gestantes ou não. Para a vacinação, cães devem ser levados em guias e gatos dentro de caixas de transporte. 

O aumento no número de morcegos com raiva em Belo Horizonte é um sinal de alerta para a população e as autoridades de saúde. Medidas de prevenção, como a vacinação de animais domésticos e a conscientização sobre o não-manuseio de morcegos, são essenciais para controlar a propagação do vírus e proteger a saúde pública.