Na última Reunião Ordinária da Câmara de Mariana, a Vereadora Sônia Azzi manifestou seu repúdio às palavras dos vereadores Ricardo Miranda e Manoel Douglas, também conhecido como Preto do Cabanas. A situação, que poderia ter sido resolvida internamente, tomou proporções públicas, causando desconforto aos presentes e aos que assistiam remotamente.
A reunião, originalmente convocada para discutir interesses públicos, desviou-se para um bate-boca entre os edis, consumindo tempo com assuntos irrelevantes sobre questões pessoais entre Sônia Azzi, Ricardo Miranda e Manoel Douglas.
Em suas palavras, a Vereadora Sônia Azzi contestou as afirmações de Ricardo Miranda e Manoel Douglas, enfatizando o caráter machista dos comentários. “É com imensa indignação que venho a público repudiar as palavras ultrajantes do Sr. Ricardo e do Sr. Preto dos Cabanas. Acusar-me de esconder-me por ser mulher e de agir com fins eleitoreiros é um golpe baixo e machista que desrespeita não só a mim, mas a todas as mulheres. Minha trajetória nesta casa é marcada por transparência, dedicação e resultados concretos para Mariana. Desprezar as conquistas alcançadas em benefício da nossa comunidade é inaceitável. Não me calarei diante de tais injustiças e reafirmo meu compromisso inabalável com o progresso de Mariana,” afirma Sônia.
Ricardo Miranda, por sua vez, defendeu-se, enfatizando sua seriedade e compromisso com a cidade. “E só para quem estiver nos acompanhando em casa entender o que aconteceu. Quem me conhece sabe da minha seriedade e do meu compromisso. Fui nomeado para ser membro da Comissão de Constituição e Justiça, que é uma das mais importantes da Câmara. Não ataquei a Vereadora Sônia e sugiro que, quando fizer um pronunciamento, seja mais explícita em suas palavras. Eu não usei de machismo. A dona Sônia estava ansiosa por causa de um projeto dela, que eu aplaudo. Desde o início do meu mandato, tenho trabalhado pela inclusão das pessoas com deficiências. Quando um projeto vem para a Câmara, ele passa pela assessoria jurídica e contábil da casa. É um processo normal e a senhora sabe disso. O projeto da senhora estava em pauta, mas foi confrontado pela assessoria técnica, o que é normal.”
O Vereador Manoel Douglas também rebateu as acusações, afirmando que não houve ataque pessoal. “Eu não vejo problema nenhum em repetir o que falei pela manhã. Eu não concordo quando a senhora diz que estamos atacando-a. Pelo contrário, estamos nos defendendo. Há um grupo onde mães autistas falam que votamos contra o projeto da senhora. Todos os vereadores aqui defendem a inclusão. Não tem nada a ver com a senhora ser mulher. O projeto não vai deixar de passar por causa disso. Respeitamos a senhora como mulher e vereadora. Há questões que poderiam ser discutidas internamente, mas se vier a público, eu também vou a público. Não aceito que a senhora use a figura feminina para fazer isso.”
A discussão pública entre os vereadores evidenciou tensões internas que poderiam ter sido resolvidas de maneira mais construtiva e discreta. O episódio ressalta a importância de um ambiente de respeito e cooperação dentro das instituições públicas, especialmente em temas sensíveis e de interesse comum.