Os prefeitos dos municípios mineiros afetados pelo rompimento da barragem de Fundão e contaminação do Rio Doce expressaram sua reprovação à sugestão de ceder os créditos da indenização da tragédia de Mariana à União, como forma de quitar dívidas do Estado. A proposta, apresentada como uma alternativa ao Regime de Recuperação Fiscal, foi duramente criticada pelos prefeitos, que exigem que qualquer recurso proveniente de negociações com as mineradoras seja utilizado exclusivamente para a recuperação da Bacia do Rio Doce e a indenização das vítimas.
Os prefeitos, reunidos no Fórum Permanente de Prefeitos da Bacia do Rio Doce, através do Consórcio Público de Defesa e Revitalização do Rio Doce (CORIDOCE), consideraram a sugestão como “desrespeitosa” e defenderam veementemente que os recursos oriundos do desastre de Mariana sejam aplicados na própria bacia do Rio Doce, abrangendo todas as cidades afetadas.
José Roberto Guimarães, presidente do Coridoce e prefeito de São José do Goiabal, expressou sua indignação, afirmando: “É inconcebível recursos oriundos do desastre serem disponíveis para outras situações. Quaisquer recursos oriundos do desastre de Mariana devem ser aplicados na bacia do Rio Doce, e não só nas cidades ribeirinhas, é para tratar o esgoto de todas as cidades afetadas. É inadmissível e desrespeitoso com as vítimas que perderam suas vidas pegar esse recurso para outra ação que não seja na Bacia do Rio Doce em Minas e no Espírito Santo”, finalizou.