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Prefeito de OP esclarece declarações polêmicas sobre Novo Bento e Cabanas

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Nas últimas semanas repercutiu nas redes sociais a fala de Ângelo Oswaldo “vai vender para as pessoas ricas, vai morar no bairro Cabanas”, se referindo ao Novo Bento.

Durante a assinatura da lei que institui o Plano de Apoio a Diversificação Econômica (PADE) com política pública, o prefeito de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo, declarou sua preocupação com a exploração desmedida dos recursos naturais na região dos Inconfidentes e as consequências negativas para a cidade e seus habitantes. Ele revelou que a Samarco, deve cerca de R$ 300 milhões a cidade de Ouro Preto, e se diz muito insatisfeito com a falta de responsabilidade das mineradoras em relação aos danos causados ​​ao meio ambiente e à população local. “Precisamos mostrar que a mineração não pode ser feita dessa maneira. Por muito menos nós tivemos a inconfidência mineira. Por que essas empresas exploram a nossa região, os nossos municípios, e tem a desfaçatez de falar que pagaram R$ 400 milhões, como se tivessem pago do ano passado pra cá. Quando na verdade a Samarco está nos devendo 300 milhões desde que voltou a operar no dia 24 de dezembro de 2020. São 300 milhões em royalties. Então eu coloquei isso, e quando eles falaram que pagaram 400 milhões, tiveram que admitir que devem 300 milhões. É um desaforo que não aceitamos, mineiro não aceita desaforo. Sobretudo o Ouro-pretano”, disse Ângelo Oswaldo.

Além disso, ele criticou as ações de recuperação realizadas pela Fundação Renova, especialmente no “Novo Bento Rodrigues”, com a qualidade das medidas tomadas para reparar os danos causados ​​pelo desastre ambiental ocorrido em Mariana em 2015. Para o prefeito de Ouro Preto, a finalidade da instituição não é recuperar as comunidades e as pessoas atingidas, mas sim enriquecer pessoas envolvidas nas negociações. “A Renova está enriquecendo tecnocratas, procuradores, representantes, todo o tipo de gente nadando em dinheiro em Minas Gerais e Espírito Santo para nada. Construíram um novo Bento Rodrigues. Esse novo Bento é um condomínio de luxo, que vai ser gentrificado, a população vai vender para as pessoas ricas, vai morar no bairro Cabanas e não tem nada de Bento Rodrigues restituído”, comentou Ângelo.

            Com a repercussão dessas declarações que foram muito comentadas nas redes sociais a equipe do Jornal Ponto Final entrou em contato com o Prefeito Ângelo Oswaldo e ele nos enviou a sua retratação: “ Eu me referi sim ao Bento Rodrigues e ao Bairro Cabanas, mais eu falei de uma maneira a evidenciar equívocos do trabalho da Fundação Renova que está gastando bilhões de reais e não está atendendo as necessidades reais de Ouro Preto, Mariana e todos os municípios vitimados pelo desastre de 2015 no Vale do Rio Doce em Minas Gerais e no Espírito Santo. A Fundação Renova faz um grande desperdício e com isso ela contribui no meu modo de ver e compartilho isso com muitos marianenses que me levaram lá e me alertaram para isso. Ela está construindo uma espécie de um condomínio fechado, e foi isso que eu falei, de um lugar que vai ter um custo de vida muito alto, muto caro. Sendo assim, as pessoas vão acabar vendendo e vão morar por exemplo no bairro Cabanas, que é Central em Mariana que tem muito mais facilidade de acesso a comércio, a trabalho, a deslocamento do que naquele condomínio fechado, que exigir um custo muito alto para todos os seus habitantes. O que eu falei tem sido comentário recorrente em Mariana. As pessoas percebem isso com clareza, e eu não fiz nenhuma interpretação original desse fenômeno… Estão querendo tirar o foco daquilo que eu falei, da análise que eu fiz, do comentário objetivo que eu fiz, sobre um problema, para fazer uma intriga, como se eu estivesse falando mal do bairro de Mariana, sobretudo do bairro Cabanas. Não tenho nada contra o bairro Cabanas, muito pelo contrário.”

            Em resumo, as declarações do prefeito de Ouro Preto evidenciam a necessidade de se compensar a forma como a mineração é realizada na região dos Inconfidentes, levando em conta as consequências ambientais e sociais. Além disso, a busca por alternativas para a região dos inconfidentes é uma medida importante para garantir um futuro sustentável e diversificado para a região.